terça-feira, 26 de abril de 2011

Porque celibatário

Não apenas recuso-me a casar, sou contra o casamento. Uma instituição em decrepitude. Afora o fato que também me recuso a ter filhos. Mas, não se enganem, ao ser celibatário está interdito a convivência, não as relações sexuais, que o diga o afamado celibatário e atual presidente do Paraguai, pai de inúmeros rebentos de consumistas. Entretanto, o que realmente me levou a essa posição radical em tão tenra idade, foi constatar que era incapaz de amar, ou pior ainda, que o amor em si mesmo é uma grande cagada, um sentimento moral e uma alucinação cultural. Constatei que o afeto que realmente me toca é a amizade, os afetos amenos e os bons gestos, e estes estão distribuídos entre todos. Ainda que os amigos achem louvável da minha parte (um a menos no mercado do amor), algumas amigas acreditam que só falo isso porque ainda não encontrei minha cara metade, algumas até tentaram curvar-me aos seus encantos. Ao que respondo que para encontrar alguma coisa é preciso procurar, e uma cara inteira ou pela metade não está no rol das coisas que procuro, que são poucas coisas: paz e sossego.

4 comentários:

  1. ...a probabilidade que me apresenta o outro como a desintegração do meu universo...
    ...estou condenado a ser livre. Isto quer dizer que nenhum limite para a minha liberdade pode ser estabelecido, exceto a própria liberdade...
    ...és livre, escolhe, ou seja: inventa.
    Sartre
    Passei a "santa semana", ou melhor, "semana santa", "viajando" com ele,o Jean-Paul. Boa companhia. Eu acho.

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  2. Sartre é boa companhia, não só para a semana "santa"....

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