Poucos
são aqueles abençoados que nunca tiveram a infelicidade de uma latrina
entupida. Provavelmente, apenas aqueles que nunca tiveram privadas. Esses,
portanto, pouco sabe dos árduos esforços na desobstrução da privada, tentando
com pressão de desentupidores, ou com baldes d’águas deixar toda merda seguir a
frente, sabe-se lá emporcalhando o quê ou onde, pois tudo que se quer é se
livrar da nojeira e da fedentina. Sem dúvida, o intrépido guerreiro que
libertou a todos de ter no banheiro o centro da casa, receberá a eterna
gratidão, pois que poucas coisas restaram aos heróis para ser realizado nos
dias atuais, e libertar das bostas diárias que se acumulam se não consegue seguir
seu rumo “natural”, pela rede de esgoto, pela fossa ou pela ladeira da rua, é o
que se espera dos salvadores, pois senão a vida, que já não é boa, ficará
insuportável. E todos os que já enfrentaram com forças próprias essas coisas
impróprias, sabe do cuidado que se deve tomar, para que o coco não caia para
fora da privada, nem se receba jatos d’águas nojentos e repugnantes sobre si;
nisso, é preciso alguma arte, e aprende-se normalmente da pior forma, errando no
jeito e acertando a si mesmo com as substancias excrementais: há coisas piores,
é verdade, nem ter casa ou sequer uma reles privada. A bosta da vida é que por
pior que esteja o cheiro das coisas, elas podem ficar mais fedidas. A bosta é
que tem muito bosta, principalmente na política, onde a merda é escancarada, e
a fedentina impregna a todos. E para dar uma boa descarga no Congresso,
tentando desobstruir de folgados que entopem seus custos operacionais, e com
leis impróprias, seria recomendável não reconduzir nenhum dos parlamentares. Naturalmente,
não há garantias de que não serão uns merda os novos que virão, mas pelo menos
não continuaremos com os incompetentes dos atuais, todos coniventes com a
impropriedade administrativas dos chefes do senado e da câmara, todos
coniventes com o abuso do poder e do patrimonialismo dos seus presidentes.
Máximas e Notas de Outro Alguém Sem Sobrenome
Aqui se evacuam idéias e comentários sobre a porcaria humana
segunda-feira, 8 de julho de 2013
sexta-feira, 5 de julho de 2013
De fato, não é um país sério:
E, então,
saímos nas ruas, falamos que queremos educação, saúde e contra a corrupção, e
vem uma presidente aloprada e fala um monte de sandice como querendo
representar (diga-se, de passagem, muito mal) domínio sobre algo que não
consegue entender, cria uma campanha publicitária a respeito de uma
constituinte que é inconstitucional, um plebiscito irrealizável, sobre um
assunto que interessa mais a ela do que a todos nós – como os folgados dos
políticos vão manter o poder, de forma distrital, representativa (do quê?), ou
mista – , um factoide diante do fato da educação ser sofrível, a saúde doente e
a corrupção e o desperdício do dinheiro público um escândalo: isso é ofensivo e
deveria deixar todos muitos ofendidos. Não é possível que essa presidente não perceba
que os problemas não estão nas leis e o que se espera não é pirotecnia
legislativa, mas atitudes; não promessas para o futuro, mas atos concretos para
a dificuldade de todos, cujos recursos arrecadados são gastos mais com os
ocupantes do Estado e que vem sendo desperdiçado pelos ocupantes dos poderes
desde sempre: a desonestidades dos políticos e governantes é uma constante
histórica, graça solta através dos tempos.
Naturalmente,
não é só a senhora que realiza barbaridades políticas, não, a senhora não está
sozinha. Reina também impávido e colosso o senhor do congresso (sei que deveria
escrever congresso com c maiúsculo, mas de forma alguma o nosso merece), Renan
Calheiros, de jatinho para todo lado. O que o danadinho fez? Tirou o dinheiro
da educação para o transporte dos alunos enquanto gasta um monte de dinheiro em
viagens pelo país a passear, com a família, claro, sabemos que é um homem de
família, aliás, de várias, e isso nos custa muito caro, todo nós do povo
sabemos. Tem também seu cúmplice – sim, a palavra correta é cúmplice, tenho
para mim que formam uma quadrilha – o dono da câmara de deputados, que vale tão
pouco, que nem guardo o nome dele, alguém que certamente irá para o lixo de
nossa história, que também passeia por aí de jatinho, festejando as vitórias da
nossa seleção, muito bom patriota. Ambos, Senado e Câmara querendo parecer –
mas não ser! – contra a corrupção aprovam a lei de crime hediondo, enquanto
abrigam pessoas que não cumprem as leis que já existem (por exemplo, a lei da
ficha limpa), pessoas que estão condenadas pela justiça e que ainda não foram
cassadas como deveria ter sido, e isso me faz ficar muito indignado, pois sei
que esse país não pode ir para frente com pessoas que estão brigando com o
poder, suas mordomias e suas coisas miúdas dos cargos, enquanto a maioria de
nós expostos aos péssimos serviços públicos, cuja melhoria só viria se diminuíssem
os custos do Estado, que gasta mais consigo do que com todos nós, e com essas
casas “representativas” (a mim, com certeza não me representam, nem as acho
confiáveis) que exploram todos nós do povo, com seus custos estratosféricos. E isso
se aplica a todos congressistas de todos os partidos, sem distinção, coniventes
com as farras dos chefes e se esbaldando com passagens paga pelo povo para
passearem pelo país. Sinceramente, tenho vergonha. Ora, senhores deputados e senadores, sejamos honestos, se fôssemos um país descente, como muitos outros do hemisfério norte, os presidentes dessas casas estariam derrubados. Os demais deputados e senadores, nada fazem, fingem que não é com eles, que está tudo certo. Aqui, no Brasil, continua-se fingindo que trabalham para o país, enquanto, de fato, arrumam mais algumas coisinhas para si e para os seus, ou formas mais fáceis de se manterem no poder, contando com o esquecimento de todos, ou que outro escândalo qualquer desvie a atenção.
Não é um país sério, porque a sociedade civil (o famigerado povo) ainda está quieta e não pede para que esses maus cidadãos desocupem a cena política, afinal também se cansa de ver tanta palhaçada ocorrendo de forma escancarada, e me pergunto, por que as pessoas não saem às ruas pedindo alguma coisa melhor? Com certeza não queremos que esses senhores presidentes da câmara e do senado continuem a nos representar, não quero que os outros países pensem que sou como eles, definitivamente, não quero ter a cara do Renan diante do mundo, pois se, por um infortúnio qualquer, ocorrer uma vacância dupla da presidente e do vice, talvez, por incompetência, ele invariavelmente representará o país.
Não é um país sério se não se dá uma bronca rotunda na presidente, que pensa mais nas eleições do que nos descaminhos de sua administração, que houve mais seu publicitário do que o povo, que é refém de um congresso que faz barganha, e não tem coragem de botar tudo no lugar. Presidente, você está mais preocupada em manter o poder de que fazer o certo, mais preocupada em querer agradar a todos, o que não agrada a ninguém, nem a senhora mesmo, do que criar planos para efetivar uma educação integral para os brasileiros, uma saúde digna e uma justiça, tudo que, se pelo menos começar agora (aí sim teríamos alguma esperança), só sentiremos os bons efeitos daqui 10 ou mais anos. Lute para que toda verba do petróleo vá para a educação por pelo menos vinte anos, tempo suficiente para fazer desse país uma grande nação. Um povo precisa crescer também culturalmente e não apenas materialmente, e o que sempre faltou nesse país é investir nos homens, pois paras coisas como petróleo, cana, bancos, siderúrgicas, portos e obras faraônicas ou da Copa sempre se investe, mesmo que mal.
Bom, se
ninguém gritar – já que são surdos e não escutaram o que as ruas gritaram - o
que precisa ser dito para governantes e políticos, esses interesseiros só
buscarão os seus interesses mesquinhos e sempre abusarão de suas prerrogativas.
Só agem a nosso favor quando estão sob pressão popular. No que depender de mim,
começarei a gritar que não queremos novas leis, mas que cumpram as já
existentes! Que não quero arranjos clandestinos de recursos, mas atitudes
mais dignas, republicanas. Que a educação, a saúde e a justiça sejam os fins
mais importantes de todos os recursos nacionais. E, ainda, por que não, fora
Renan e o outro infeliz que me recuso a nominar. Conclamo todos cidadãos a se
manifestarem para esses parasitas sociais, os políticos, seja de que forma for,
mandando carta, e-mail, telefonando, saindo às ruas pedindo mais ordem nesse
galinheiro em que estão transformando o Brasil! Sem-vergonhice tem limite! Um país
sério sabe que político precisa de coleira!
domingo, 30 de junho de 2013
Contribuições ao movimento popular
Para não
dizerem que não tenho contribuições a serem dadas à imensa onda de insatisfação
que rondam as ruas das cidades, eis algumas sugestões de palavras de ordem:
1. Pela
cassação imediata dos deputados bandidos: João Paulo Cunha, José Genuíno, Pedro
Henry e Valdemar Costa Neto!
2. Contra o
Congresso e pelo progresso!
3. Não
queremos mudanças de leis, mas de atitudes! Queremos que as leis sejam
cumpridas!
4. Pelo fim
do horário eleitoral obrigatório!
5. Pelo fim
do horário eleitoral gratuito!
6. Contra a
tirania do voto! Pelo direito de abstenção!
7. Pelo fim
do fundo partidário! Que os políticos gastem o dinheiro deles com suas
porcarias!
8. Contra os
gastos de cabeleireiro e maquiador da presidenta!
9. Menos gastos
com a segurança para as autoridades e mais para a população!
10. Pelo fim
de carros oficiais para os políticos!
11. Pelo fim
da reeleição em todos os níveis!
12. Que as
verbas para o passe livre para estudantes saia da verba do Congresso!
13. Que toda
lei aprovada passe por referendo!
14. Pela
extinção de 2/3 dos ministérios!
15. Pelo fim
dos cargos comissionados!
Eis, portanto,
a minha humilde contribuição aos manifestantes.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Pirotecnia e factoides - o governo e seus desserviços
O governo assim como nossos congressistas são cegos e surdos,
pena não serem mudos. Preferia a inação dos que as ações propostas e os
oportunismos dos políticos, querendo cada um fazer prevalecer suas posições. Fazer
um plebiscito é uma asneira tirânica, algo sem pé nem cabeça, apenas querendo
aval para se passar posições políticas esdrúxulas e minoritárias. Alguém, senão
políticos canalhas, está querendo discutir se o voto deve ser proporcional,
distrital ou misto? Alguém está querendo discutir voto em lista fechada ou
aberta? Alguém está querendo financiamento público das campanhas, senão os
malandros dos políticos, que não satisfeitos em conseguir dinheiro privado,
querem ainda roubar os cofres públicos para seus interesses privados? Não! Se for
para colocar alguma coisa em plebiscito, por que não perguntam se o povo quer
que continue a obrigatoriedade do voto ou que se torne facultativo (muito mais
democrático), ou ainda que continue a existir a excrescência do Fundo
Partidário (algo que o povo tem que pagar para os interesses privados dos partidos) ou não?
Concretamente não temos nada, senão factoides e pirotecnias: o que foi
destinado à educação e a saúde é um dinheiro que na melhor das hipóteses só se
terá em 2020, e até lá, o que vão fazer? Campanhas eleitorais....... A
realidade é que os políticos e governantes não querem atender nenhuma
reivindicação; estão apenas preocupados com as eleições. Tornar o crime de corrupção
em crime hediondo é conversa para inglês ver, visto que nem ao menos cumprem
com a lei já existente, deixando quatro bandidos ganhando (e muito bem!)
salários e mordomias no Congresso sem cassá-los. O que está no centro da agenda
governamental e do Congresso são as eleições, como farão para continuarem
desfrutando das mordomias dos seus postos. E o plebiscito com perguntas que
interessam apenas ao PT é tudo que pensam, como se isso fosse resolver nossos
problemas. O que menos importa é quem são os políticos, pois os mesmos só agem
de acordo com os interesses populares quando a Sociedade Civil faz pressão
sobre eles, e isso ocorre seja de que partido for. Só rejeitaram a PEC 37 por
pressão popular, pois até então estavam todos propensos a aprová-la. Além disso,
supondo que o povo aprove coisas no plebiscito, que garantia teremos que os
políticos não desvirtuarão nos seus acordos de canalhas? O que está claro é a
incapacidade da classe política de governar ou legislar, e só com muita
manifestação se colocará esse país numa direção menos errática.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
A deforma política
A quem interessa a reforma política e de onde
surgiu essa questão? Não surgiu das ruas e nem é muito importante para a
maioria. Essa questão foi sorrateiramente colocada pelos políticos e pela
Dilma, que têm interesse de limitar o surgimento de novas forças políticas,
notadamente a Marina e sua Rede. Na realidade essa é uma discussão interna ao
Congresso e interessa tão somente aos partidos políticos e seus interesses
privados. O povo grita por menos corrupção, mais saúde, mais educação, melhores
serviços públicos, por transporte público menos indecente. A bandeira da
reforma política não estava em pauta, aliás, o que se gritava é “Fora partidos
políticos!”, “Apartidarismo”. E a pressa em querer “resolver” (sic!) essa questão
só serve mesmo aos políticos. Ora, ainda que seja necessária uma reforma
política, a mesma não pode ser realizada no curto espaço tempo em que estão
colocando. Fazer um plebiscito agora é puro populismo, e as perguntas serão
direcionadas segundo os interesses dos políticos que estão sendo questionado
pelas ruas do país. Enfim, seja lá o que resultar da consulta, o Congresso fará
algo pior do que aquilo que hoje já é ruim. Não se pode realizar uma reforma
com as pessoas que lá estão para defender seus interesses privados. É preferível
continuarmos com as regras já existentes, ao invés de criarmos um monstro pior
do que aquele que aí está. Sem dúvida, uma reforma política decente exige um
processo constituinte, com a clausula de que os participantes da mesma não
possam depois participar do Congresso que daí resultará. Lembremo-nos de Sólon,
depois de criar as leis para a democracia ateniense, se retirou da cidade para
não o acusarem que criara aquelas leis para se beneficiar, para demonstrar que
fizera pelo bem do povo, e não próprio.
terça-feira, 25 de junho de 2013
Fora deputados bandidos!
Há um grito que ainda não foi dado com a ênfase necessária: fora deputados bandidos! É preciso forçarmos o Congresso a caçar os deputados que foram julgados e condenados pelo Tribunal Superior. Dá-se muita atenção aos executivos municipais, estaduais e federal, e, no entanto, onde se concentra a maior quantidade de malfeitores e bandidos é nos legislativos municipais, estaduais e, principalmente, federal. Esse último repleto de pessoas, público e notoriamente, desonestas. A grande fedentina nacional, onde toda merda começa e termina, é no Congresso. Se não é possível acabar com toda merda nacional, pelo menos que defenestremos esses bostas que lá estão.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
O grito das ruas
O som difuso e polifônico que vem das ruas pouco
tem sido ouvido pelas autoridades. Perplexas, procuram algum culpado antes de
entender a mensagem. Entretanto, governantes e políticos querem, agora, depois
do berro, “conversar”. Conversar com quem? Não há direção, não há líderes, há
apenas uma indignação generalizada contra a prática política dos profissionais
da política. O povo não quer conversar sobre as PECs, quer que elas sejam
rejeitadas. O povo quer que o Congresso casse os bandidos que estão no seu
interior, condenados pela mais alta corte nacional, e que os insensíveis políticos
fingem que não é com eles, e protelam o que já deveria ter sido feito. O povo
quer que o governo pare de gastar em perfumaria de Estádios suntuosos e comece
a aplicar, com o mesmo ímpeto que se gasta nessas obras, na saúde, na educação,
na segurança. O povo não quer fazer reuniões, quer que aqueles que ocupam os
postos de mandantes tenham soluções, afinal, são pagos para isso, e não continuem
apenas com promessas para um futuro distante e que nunca chega. Enfim, o povo
está gritando para que os ouvidos surdos dos políticos e governantes escutem,
antes de ouvirem seus marqueteiros, o desejo de todos. O povo está querendo que
as decisões passem pelo seu referendo, antes de serem aprovadas na calada da
noite pelo Congresso. O povo quer menos reuniões (quanto não custará aos cofres
públicos essas reuniões que nunca chegam a nada?), menos formação de comitês ou
comissões, menos criação de ministérios e secretarias, e que se empenhem em
buscar o melhor para todos, e não apenas o melhor para os políticos e seus
partidos. O tempo da conversa fiada acabou; o que se espera não é mais discussões
estéreis, mas ações concretas. Mas, principalmente, se espera que os políticos
não mintam, como a presidente mentiu em seu pronunciamento. O suposto diálogo que
não existe já começou errado, ao invés de se assumir a culpa, tenta-se enganar
a inteligência coletiva: há muito, muito mesmo, dinheiro público nessa Copa, e
negar essa evidência é subestimar a inteligência de todos. O povo sabe que quando os governantes não querem solucionar as coisas, a primeira coisa que se faz é criar uma Comissão de "Alto Nível", e convocar seus pares para reuniões.
domingo, 23 de junho de 2013
PEC - porcaria engendrada pelo Congresso
Naturalmente, tudo que é feito no Congresso visa
antes de tudo aos interesses dos congressistas. Os partidos políticos
representam apenas os seus interesses escusos, clandestinos, e usam o Congresso
para aprovarem benefícios para si próprios. Todas as PEC colocadas em público
têm nitidamente interesse dos políticos, nunca da população. É claro que,
fossem democráticos ou republicamos saberiam e deveriam colocar todas as PECs
para serem referendadas (ou não, o que seria mais provável) pela população,
através de plebiscitos. Mas, não, discutem e aprovam na calada da noite essas
mudanças constitucionais, quase secretamente, para que poucos saibam do que se
trata, e nunca sequer cogitam da necessidade de colocarem a questão para a
população decidir, pois sabem que ninguém aprovaria nenhuma das PECs. No entanto,
por se tratar de mudança constitucional e eles não foram eleitos para serem
constituintes, apenas legisladores ordinários, não extraordinários, deveriam
saber que não podem mudar a Constituição sem o aval da população, afinal, nunca
foi perguntado se queremos que se mude a as nossas diretrizes; o que se espera
deles, e não fazem, é que legislem apenas sobre aquilo que a Constituição não
previu, ou que os novos tempos colocam, mas não que mudem a estrutura ou mesmo
o espírito dos constituintes. Qualquer mudança constitucional ou se faz através
de uma constituinte, ou sendo referendada pela população; qualquer outra
mudança é casuística, é legislar em causa própria, como sempre fazem os
políticos brasileiros.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Da série pensamentos evacuados
Como o homem é cagão e só faz merda, a alma, se
houver, encontra-se no intestino. O cérebro é apenas a forma de expô-la para
apreciação e sofrimento público. E o que mais se sente é a fedentina da tolice
de suas decisões. E ainda que seja um bosta, pelo menos pouco contribuo com o
coco da vida comum. Se não mereço prêmios – quem os merece! – que permitam apenas
fazer da merda diária adubo para minhas plantações, ao invés de deixar tanta
porcaria desperdiçada.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Movimentos sociais contra a sociedade – a tola luta de todos contra todos
Do fato das
reivindicações serem legítimas de boa parte dos Movimentos Sociais, não
acarreta que a luta (ou batalha campal) seja justa, pois que os fins não
justificam os meios, uma vez que se pode fazer merda pela forma, ainda que o
conteúdo não seja uma bosta. Intenções boas nunca foram suficientes para tornar
as ações boas, ou legítimas, ou sequer justas. Em primeiro lugar, é de se lembrar
de que o direito ao protesto não deve obrigar a todos a ter que escutá-lo,
desfrutá-lo, desejá-lo, ou ainda sofrer constrangimentos. Manda as regras da
boa convivência e educação, informar quando e onde se fará a manifestação, pois
que o mundo não precisa parar só porque algum setor social sente-se injustiçado
e muitos têm coisas tão importantes quanto dos protestantes para realizar,
senão mais, e pode ser ainda que o protesto seja tolo e irrelevante, ainda que
espaçoso e barulhento. Em segundo lugar, a disposição injusta se acha também na
alma dos que não possuem, eles não são melhores do que os possuidores e não têm
prerrogativa moral, pois em algum momento pensa os conflitos sociais como
simples expressão da força relativa de cada grupo, e acreditam que a força faz
o direito. Quer porque quer. Reitera, repete, insiste. Não inova, não muda. Não
percebe que uma demanda se mostra mais forte quando consegue expressar-se numa
linguagem que outros setores da sociedade entendam e possam aceitar. Quando ela
é vazada em propósitos que só valem para um grupo relativamente fraco, pelo
menos quanto à possível persuasão dos outros, e se torna relativamente
aprisionada, convence quem está convencido, persuade os já conversos. Daí sua
debilidade discursiva. A força de um discurso está em ele se estender e em
lançar velas ao vento, se aventurar no oceano – para inovar é preciso ir além
do sofrimento e das supostas injustiças, debatendo como gente grande, fazendo
proposições razoáveis. Em terceiro lugar, com falta de tempo para pensar e tranquilidade
no pensar, as pessoas não mais ponderam as opiniões divergentes, contentam-se
em odiá-las. Com o enorme aceleramento da vida, o espírito e o olhar se
acostumam a ver e a julgar parcial ou erradamente, e cada qual se contenta ou
se entristece com sua vida. Em quarto lugar, considero uma ofensa à
inteligência cada um dos setores ou dos governantes, se colocarem como nossos
representantes, como querendo dizer, nem você sabe sua vontade, “Eu” (um
movimento social, uma ONG, um político, um artista, um governante, um partido –
sempre alguém petulante) sei exatamente o que quer, e o que deve fazer para
conseguir, e isso sem nos consultar, aliás, sem nem ao menos quererem saber o
que queremos, basta que queiramos igual a eles.
Uns param
estradas, outras param ruas, porém todos impedem o direito mais elementar de
qualquer pessoa: o direito desses protestantes parece valer mais que os
direitos de todos ou pelo menos, da grande maioria. É que tudo aqui é mais ou
menos assim, um faz merda, outro recolhe e joga mais à frente, esse, então,
joga na frente da casa do vizinho, esse por sua vez joga no bueiro da rua, e aí
todos saem perdendo na enchente. Acho tudo tão infantil e tolo, sem
criatividade para protestar, pois não visam à busca de uma solidariedade social
para fins comuns, mas intimidar autoridades que não querem perder índices de
popularidade; querem aparecer e tiranizar a mídia, ocupando os espaços. Não são
políticos no sentido forte do termo, de se abrirem ao debate e convencerem ou
serem convencidos sobre o melhor a ser feito. Deveriam convencer as pessoas, ou
a não usarem transportes públicos, ou a não pagarem pelo uso, ainda que todos
sejam presos, pois a desobediência civil ainda que traga sacrifícios pessoais,
mostra a vontade inquebrantável de lutar por princípios e causas comuns. Deveriam
convencer as pessoas a pararem por sua causa, antes do que ficar obrigando a
todos, parados, por vezes, passando até necessidade, a ouvirem suas lamúrias,
que todos conhecem e sabem do que se trata, e sabem que nada podem fazer, pois
nem os reivindicantes sabem o que fazer, senão bradar palavras de ordem
genéricas. Enfim, a merda é que todos são infantis, quando perdem a autoridade se tornam autoritários, quando perdem em argumentos, acha que tudo foi manipulado; desconfiam das qualidades morais dos demais, ainda que nunca se preocupem de que as possua. A bosta não está apenas na forma como fazem, mas na maior parte das vezes está naquilo que querem e lutam. A imaturidade política do Brasil faz da democracia uma tirania da maioria sobre a minoria, e da república, um reino para os políticos: a sociedade civil é apenas uma multidão dispersa, sem objetivo comum e sem direção certa, seguindo cegamente os momentos confusos que criam para si próprios nas suas relações entre si e com as autoridades. O que mais caracteriza o brasileiro é sua incompetência política, copiando ideias estrangeiras ou práticas para a qual não tem preparo, que resulta em leis confusas e na arbitrariedade de sua interpretação.
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