Aqui se evacuam idéias e comentários sobre a porcaria humana
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Um suposto amor à humanidade
Quem ama a humanidade, se é capaz de amar, o que
não acredito, ama uma abstração, um inexistente. Amará o assassino, o ladrão, o
bandido, o charlatão, o egoísta, o vaidoso, o vagabundo, o traidor, o corrupto,
o estuprador, o racista, o ruim, o mau? Na realidade, acredito que a pessoa não
conhece a humanidade, muito menos o amor. O fato é que quanto mais se conhece a
humanidade, mais se deseja ficar só ou com alguns poucos. E o outro fato é que
a humanidade se mata e cada um só gosta, quando gosta, dos seus próximos, e com
os demais tolera porque não pode eliminar ou é muito caro fazê-lo. Quanto ao amor,
continua um ilustre desconhecido que poetas tolos elogiam e músicos insensatos cantam.
Sou daqueles poucos que teme o homem e seus sentimentos, que promove não uma
comunidade humana, mas uma engrenagem que coloca as pessoas em funções
econômicas. E a economia, todos sabem, não vale nada.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Sobre possuir uma funerária
Se há um negócio certo é a morte, que a todos
atinge num determinado tempo ou numa determinada ocasião, pois que aguarda a
cada um em qualquer idade, de qualquer sexo, de qualquer credo, opção sexual,
política ou cor, de qualquer status social. Naturalmente, que todos, dentro das
parcas e das poucas possibilidades de cada um, onde alguns podem estender com
dinheiro a vida sofrida, tentam adiar o inevitável inadiável, querendo viver
sempre mais e mais intensamente, entretanto, é certo que todos acabam por
sucumbir à morte. Eis porque dificilmente donos de funerárias sofrem com a
crise ou vão à falência. Na verdade, a crise precipita alguns à morte, através
de suicídios estoicos ou assassinatos por dívidas, o que acarreta mais lucro
ainda, visto que a família sofrida não deixará de arcar com a custa do enterro
do parente desesperado. Assim, se algum dia perder a sanidade e resolver querer
ganhar dinheiro sem risco, não abrirei um restaurante, uma confecção, uma
empresa de entretenimento, uma perfumaria ou oficina, nem mesmo um banco, pois tudo
isso se dispensa em tempos de crise. Já a morte não pode aguardar a fedentina
do corpo inerte e precisa ter destino apropriado. De fato, não conheço dono de
funerária pobre, se bem que conheço poucos desses seres tão importantes quanto
os urubus, com a diferença que os urubus prestam o mesmo serviço gratuitamente.
Assinar:
Postagens (Atom)