segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Da série pensamentos evacuados

Sou um homem, jamais saberei o que é menstruar. Mas, ainda assim, posso calcular o custo operacional de tal fatalidade natural no decorrer da vida feminina, assim como as indústrias de absorventes e muitas outras.

Observações do Cotidiano

Contemplando as relações percebi: a função do homem é cortar o cordão umbilical/grudento da mãe com os filhos; no que depender da mãe e das crianças, vão mamar até os 40 anos ou mais. Caso fracasse, a mulher ficará com os filhos mais do que o devido, estragando-os, e o homem procura outra mulher, cansado da mãe ao seu lado.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

DISCOVERY VAI PARA O ESPAÇO!

Dia 24/02/2011 alça seu último vôo a Discovery, ao retornar não mais será usada, pelo menos não como nave espacial. Como tudo que o homem faz, é descartável, envelhece, vai para o espaço, ou seja, para a lata de lixo. Verdade que muitos lixos passados estão guardados nos museus, que abriga todo tipo de porcaria que já fizemos em nossas buscas de algo melhor. É provável que esta espaçonave hoje arcaica, tanto que será descartada, venha a habitar algum museu aberto à visitação e sua manutenção seja infinitamente mais custosa que algumas dezenas de famílias. E enquanto pagam para ver a espaçonave e fantasiarem sobre o universo, pagam para não verem dezenas de famílias famintas e continuarem no seu caminho sem encontrarem pedintes.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Da série pensamentos evacuados

O grande problema da política é querer um mundo para todos, quando é preciso um mundo para cada um.

Sobre matar e morrer

Dizem que é uma merda morrer. Não sei...... O que sei é que cagada mesmo é matar.

Um bate-papo

Certa vez uma amiga debatendo a importância dos sexos, perguntou-me após uma afirmação categórica: " A mulher é tão importante que tem até o seu dia. Por que os homens não possuem?" Sem dúvida tive que responder honestamente a questão: "Os homens não tem o seu dia, porque preferem as noites, e isto, é público e notório, as mulheres jamais permitiriam".

Placas Inúteis das Estradas

A mais inútil das placas é aquela que diz "Obedeça a Sinalização". Se a pessoa não obedece a sinalização, que todos sabem ser obrigatório, por que obedeceria essa placa?

Alerta!

Minha gente, a vida está passando e ficando em nós, com as marcas que os anos deixam. Ou percebemos a beleza da idade, ou continuaremos a gastar fortunas nos esteticistas. Temos que escolher, ou desenvolvemos a auto-estima, ou desenvolvemos a indústria do Butox e do silicone! Eu recomendo seriamente a todos ficarem menos tempo na frente do espelho: ele só reflete a imagem.

Desabafo

A incompreensão me acompanha e minhas idéias me condenam, desde tenra infância, às mais pesadas penas. Ainda assim, não me calo e cotidianamente acrescento mais uma frase aos meus escritos, que, talvez, nem sejam lidos. Nem todos conseguem falar com seus contemporâneos e precisam então falar com a posteridade, talvez, um pouco menos ignorante.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um Murmúrio

Sempre apreciei a inteligência ainda que pouco a veja. Sempre apreciei a verdade, mas reina absoluta a mentira ou a falsidade. Sempre defendi a justiça ainda que esta seja apenas mais uma luta inglória. No mais convivo com a mediocridade humana com muita dignidade, pelo menos, até o momento, não me ajoelho para símbolos, muito menos para pessoas!

Saudações Viajante

Chegou ao lugar certo caso se interesse pelas merdas humanas. Aqui não se poupa adjetivos e substantivos para denegrir o trotar diário das massas obedientes de consumistas, a trabalhar por boa parte da vida para pagar dívidas, para ter algo que não precisa e que depois de adquirir se torna absolutamente necessário. Aqui não há clemência para aqueles que são a profissão que exercem, as coisas que possuem, o cargo que ostentam ou a autoridade que ninguém merece; estes, como são apenas uma função social, nunca uma pessoa, são apenas escravos do sistema econômico que ganha até com a desgraça. São os que precisam ser despertados pelas narinas para sentirem mais profundamente os bostas que são. Não que também não seja um bosta, a diferença é que sinto meu cheiro e não escondo em alguma fantasia de sucesso profissional.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

GRITO DE ALERTA!

Há coco de quase todas as nações e de todos os credos sendo lançado neste exato momento nos oceanos. Isso que chamo de cagar para o mundo. Ou cagar no mundo? Não importa, o fato derradeiro é que o homem é um cagão e nós acaberemos afogados na merda.

Notas sobre o meu existir N° 2

Não tive uma infância normal. Creio que minha primeira crise existencial ocorreu por volta dos 6 anos, quando descobri que não existia papai noel. Perdi a confiança nos adultos, e como aprendi a ler cedo, comecei a ler nos livros tudo que falavam: fui percebendo mais mentiras adultas. Os adultos falando da cegonha e eu lendo uma enciclopédia da escola chamada Medicina e Saúde, cujo 3º volume era sobre procriação, explicando minuciosamente a sexualidade do evento. Quando aos 8 anos vieram com aquela história de 1ª comunhão, pensei: lá vem mais mentiras dos adultos, que gostam de ludibriar as crianças. Já tinha lido sobre deus e nada me agradara. Achava a bíblia um texto de terror de um deus vingativo e cruel, além de muito chato: para mim podiam ter falado o que falaram com um terço de palavras a menos. E o novo testamento, então, muito melodramático, mal escrito, e depois quando vim a estudar história com mais profundidade, descobri que era bastante tendencioso sobre os acontecimentos da época. Enfim, nunca desenvolvi algo que todos aprendem desde pequeno, ter fé. Sentimento completamente desconhecido para mim. Desenvolvi foi a desconfiança!
É claro, que cumpri o rito da 1ª comunhão, e confesso envergonhado que foi a primeira e a última vez que comi a porcaria da hóstia. Se não fizesse, iria para um colégio interno, como castigo por me recusar a querer ser católico. Não tinha argumentos na época para afirmar que jamais seria católico ou de qualquer outra crença. Não que fosse um cético, só achava que se existisse alguma verdade, ela não estava na religião. Mas, acreditava que existia verdade, e era uma questão de tempo para encontrá-la, que estava nos livros que revelavam, cada um deles, uma parte da vida e do mundo, até mesmo os livros religiosos que li bastante.
Mas, meus pais sempre ficaram preocupados comigo, que ficava lendo dicionários, enciclopédias, os clássicos da literatura, e o pior para eles, não aparentava nenhum gosto por esportes, pela televisão, pelos eventos sociais, e ia à missa visivelmente contrariado. Não obstante, sempre fingia ser um cavalheiro, e cedia o lugar para alguma senhora idosa, ou mãe com criança, e fingia que ia ficar em pé ao fundo, mas saia e sentava na escadaria e abria um livro qualquer: tinha uma capa de bíblia com as folhas arrancadas e dentro colocava de tudo para ler. Meus pais pensando que estava lendo a bíblia (o que os deixava contente) e eu lendo coisas que eles nem imaginavam que pegava na biblioteca pública.
Meus pais tinham alguns livros, pois minha mãe era professora de profissão, ainda que nunca a tenha exercido, mas nos ensinava desde cedo, aos 5 anos,  a ler e a escrever; meu pai, como militar de carreira, tinha livros sobre guerras, de história, e alguns de filosofia, todos radicais de direita, como Platão, Comte, Schopenhauer, Nietzsche, Stuart Mill, Hobbes, Sun Tsu e outros que já não me lembro, ainda que tenha lido todos. Minha mãe tinha literatura como hobby, e assim nunca faltavam livros para serem lidos. Afora coleções, livros sobre a natureza, de geografia, enfim, o meu único amigo de infância que tive e visitava a casa, se espantava com a quantidade de livros, o que naquela época era raro ter nas casas. Mas desistiu da amizade quando descobriu que não conseguiria me vencer no xadrez.
Ainda que não fosse um bom aluno, nunca reprovava. Mas, os professores reclamavam que não prestava atenção nas aulas, que ficava lendo escondido, que no recreio passava o tempo na biblioteca da escola, e que não tinha amigos, nem participava de nenhuma atividade coletiva, que faltava na aula de educação física. Que eu só respondia as perguntas que me faziam, mas não conversava, nem perguntava nada.
O que era confuso aos meus pais, é que enquanto todos brigavam para sair, ir a festas, shows, boates, jogo de futebol, viajar, e ficavam várias vezes de castigo, eu brigava para não sair, e como o castigo do meu pai era não sair, acabava sendo castigado e recompensado simultaneamente. Naturalmente, que ele me obrigava a ir aos eventos familiares e sociais, mas nada impedia de, de repente, sumir e ir para um canto e ficar lendo. E como não era de falar muito, nem muito participativo, logo esqueciam de mim, e só iam lembrar na hora de ir embora.
Enfim, enquanto meus 4 irmãos pareciam ter um rumo na vida, um seria engenheiro, outro seria médico, outro advogado e outro militar, e todos tinham várias namoradas, meu pai cobrava uma escolha profissional, para saber em que tipo de escola me colocar. E ainda cobrava o dever de arrumar uma namorada, para que não ficassem falando da minha masculinidade. Ele só não achava que era um homossexual, porque também não tinha amigos. Seu sonho era que eu seguisse a carreira militar, mas se esvaneceu quando leu no jornalzinho na escola um artigo meu sobre o pacifismo, onde, no ímpeto da juventude e para dar mais ênfase retórica ao texto, ofendia os militares.
Foi quando ele resolveu me internar num seminário para ser padre: achava que eu estava me tornando comunista, ou pior ainda, uma bicha (a palavra homossexual nunca foi pronunciada por ele em vida; achava uma palavra inventada por veados).  Na simplicidade de sua formação cristã, de caserna e machista, ele achava que os comunistas é que estavam enveadando o mundo, e tudo não passava de um diabólico plano secreto para acabar com o capitalismo e a civilização cristã, deixando os homens uns bundões, até com medo de lagartixa. Para ele os homens iam acabar gostando mais de planta, de bicho e de paisagem, do que de gente, e, é claro, para ele, quem gosta de planta ou é mulher ou é bicha.

A Respeito das Verdades

Não pense que é fácil falar a verdade, há muito pouco apego à mesma, e seus paladinos são mais mal vistos que bem recebidos. Mas, escolhi carregar esse ônus de procurar a verdade e com isso denunciar as mentiras e as falsidades. A primeira das mentiras é que o homem tem valor; quando muito tem preço! A primeira falsidade é que seja possível a igualdade; cada um quer se destacar dos demais. E basta essas verdades para ser odiado no momento......

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Uma Proposta

Quem rouba o Estado assalta o cidadão. Deveria ser considerado um crime político de anti-republicanismo e ser penalizado com o ostracismo, senão penal, ao menos ético.

Um Pesadelo Medonho!

Tive um sonho horroroso, sonhei que era deus. Alguns podem achar que tenho complexo de grandeza, o que longe está da verdade. Complexo de grandeza seria sonhar em ser presidente dos Estados Unidos ou da China. Mas, não! Fui sonhar logo com esse infeliz, que tem que ter orelhas gigantescas e olhos atentíssimos, do contrário, tudo desanda no universo.
Todo dia era aquela fila de criaturas a pedir, implorar, esmolar as coisas mais estranhas. As lesmas, para ser mais asquerosa e nojenta, de tal forma a não ter nem devoradores, tamanha era a vontade de serem deixadas em paz, infernizando os vegetais. As moscas reivindicavam a força da formiga, para levar merda consigo, ao invés de perder tempo procurando por aí. As formigas queriam pular como os gafanhotos para não cansarem suas pequenas pernas. O rol era infindável, era um inferno a vida divina.
Naturalmente, como deus, não me passou despercebido que os humanos, ainda que estivessem na fila, cedia sua vez às outras criaturas, parecendo gentil, o que tinha ciência que não era da natureza da espécie, e só com muita educação se consegue isso entre eles, ainda assim, só alguns poucos. A fila foi andando até que finalmente chegaram os humanos, e pensei comigo, boa coisa não vem; ficaram por fim não por educação, mas para não passarem vergonha. Mas, enfim, tinha que ouvi-los também, o mais lamuriento dos seres.
 - Pois não, o que desejam os humanos......
 - Senhor, queremos dinheiro, amor, saúde, felicidade, paz, mais dinheiro, algumas aventuras extra-conjugais e a poligamia para ambos os sexos!
 - Mas, dei o livre-arbítrio, autonomia, criatividade para que conquistassem isso ou qualquer outra coisa que queiram!
 - É verdade, senhor, mas se conseguirmos sem esforço, seria melhor.......
Desapontado com essa criatura medíocre, mas esperando ainda encontrar algum encanto antes de eliminá-la, como tantas outras que extingui no decorrer da existência desde a criação, indaguei:
 - Por que desejam a poligamia? O que tem de ruim na monogamia?
 - Senhor, os tempos mudaram e na modernidade o casamento monogâmico é um empreendimento limitado, e todos querem um empreendimento grande, de capital aberto.
Felizmente, minhas esperanças não foram em vão. Percebi um amadurecimento emocional dessa espécie. Permiti a poligamia e mandei reimprimir a bíblia, indo logo após descansar na santa paz. Foi quando acordei quem sou de fato e fui correndo vomitar no banheiro.
É que durante o sonho, além de sofrer como deus no árduo trabalho de ouvir as lamúrias das criaturas, sofria por ser simultaneamente quem sou, sabedor inclusive que deus é uma farsa e era desagradável enganar todas as criaturas, e quando foi decretado o casamento poligâmico, só podia vomitar: se em dois é um desastre, em um monte ia ser uma tragédia! Mas, depois de aliviado, pensei, ainda bem que fui um deus bonzinho e não quis eliminar os humanos, pois que tenho sonhos premonitórios: na infância, quando sonhava que estava fazendo xixi em algum canto, invariavelmente acordava mijado. Depois, na adolescência, quando sonhava com sexo, acordava ejaculado. Logo, por via das dúvidas, é sempre bom torcer para não sonhar com o fim de alguma criatura ou mesmo pessoa, pois outro dia sonhei que estava fazendo coco numa moita e, acreditem, acordei cagado!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Acerca de fugas impossíveis

Há coisas das quais não se foge, por mais conduções que tome, mesmo tendo um veículo próprio. E não me refiro à morte, pois dessa, todos sabem, ninguém foge. Falo das verdades rasteiras, de que está engordando, ou envelhecendo, ou adoecendo, ou sendo abandonado (a), ou abandonando, ou traído (a), ou traindo, ou, pior ainda, morrendo. E haveria alguma coisa pior do que a morte? Só está morto...... Daí não se tem mais do que reclamar. E os lamurientos humanos além de descansarem em paz, não se queixam mais do seu dia a dia. Ora, que a morte tem um lado bom é inegável, estão aí salientes os urubus e os germes da decomposição para agradecerem a morte diária de todos nós.

Notas sobre o meu existir N° 1

Muitos estranham quando se deparam comigo pela primeira vez por portar algumas peculiaridades. A primeira delas, mas não necessariamente a mais peculiar ou interessante, é o fato de ser um celibatário. Não apenas recuso-me a casar, mas, fundamentalmente, não quero ter filhos (nada mais anti-ecológico do que colocar mais um consumidor no mundo). Não tenho aversão às mulheres, pelo contrário, sou atraído, como a maioria, pelo sexo oposto. Outra coisa completamente diferente é achar que essa convivência seja saudável sob o mesmo teto, como se não fossem também dois corpos estranhos, além de considerar o casamento algo arcaico. Não que recuse a presença feminina na minha vida, pelo contrário, porém, desfruto com muito comedimento, aliás, como faço com tudo; no entanto, a convivência seria insuportável, principalmente no aspecto da limpeza. A segunda coisa que causa algum estranhamento é decorrente da mera recusa a tomar muitos (mais de um já seria uma exorbitância) banhos durante a semana. Não só isso, mas também a minha recusa em usar sabonetes e demais futilidades que o acompanham, do shampoo ao desodorante, nem sequer um cotonete; nada mais decadente e burguês. Uma das coisas que mais prezo é viver com a minha imundice com toda dignidade. Nem sabonetes, nem outras inutilidades cheirosas, que tentam disfarçar ou esconder o nosso cheiro próprio. A água me basta para tirar o cansaço ou o suor. A terceira, que mais desacreditam da minha capacidade e que é uma das quais mais virtudes me acrescenta, é o fato de apesar de ter nascido em 07/07/1977, ou seja, com quase 34 anos, até hoje nunca trabalhei, nunca sequer tirei carteira de trabalho, nem ao menos quero o trabalho de tirá-la. Perguntam como posso odiar tanto o trabalho, a ponto de, com orgulho, poder afirmar nunca ter exercido essa função primitiva. Entre outras coisas porque acho o dinheiro uma merda e com ele tudo acaba em bosta. Está certo que ele traz poder sobre pessoas fracas, quase todos, mas traz também o servilismo para mantê-lo, ou, pior ainda, o que é mais comum, para ampliá-lo! Quanto mais coisas se têm, mais tempo se perde para mantê-las, nem que sejam limpas. Enquanto eu, se não tenho como comprar os supostos prazeres da vida, nada tenho para ser roubado. Por fim, não negarei que por vezes sou um tanto misantropo, afinal, entre tantas qualificações que desqualificam uma pessoa e que me são atribuídas, essa, com certeza, não é das piores.
Perguntam como sobrevivo sem trabalhar neste mundo do trabalho, sem o qual aparentemente não se sobrevive. A resposta é simples, mas não definitiva, e com certeza é extensa. Em parte, vivo à custa da minha mãe, ou melhor, da pensão que recebe do meu falecido pai, um general conhecido e afamado, na década de 70, e logo depois fez questão de passar despercebido, como um dos comandantes da época da ditadura militar. Coisa boa sei que não fez, mas a pensão é polpuda e a miséria que a minha mãe dá por mês (e sem direito a 13º, o que considero uma injustiça) é suficiente para sobreviver, numa pequena casa que herdei de um tio.  Meus irmãos acham que sou um explorador de velhinhas, vivendo à custa dela até hoje, mas apesar dela ter 81 anos, com certeza não é uma pobre velhinha. Só concedo que ela seja velha, mas muito ativa, de generoso coração e a única da família que entende exatamente o que sou: um ocioso por opção e um despojado por auto-educação. Um minimalista com as coisas, que vive sem luxo algum, e (o que ela mais estranha) sem querer luxo algum, pelo contrário, odiar qualquer coisa que tem preço, com exceção de comida, roupa e um teto para abrigar-me das intempéries climáticas, e me proteger da violência da vida, reservando um espaço para a minha privacidade. E quando ela morrer, como farei para sobreviver? Alugarei um dos quartos da minha casa: tudo que é meu ocupa apenas um pequeno quarto, com uma cama, um armário, um criado mudo com abajur, um baú onde guardo poucos livros e uma mesa com computador, alguns livros retirados de bibliotecas que frequento e papéis onde escrevo.  Muitos amigos sugerem que faça isso agora, antes da morte da mãe, para aumentar a renda, ao que respondo que não preciso aumentar a renda, e que ser locador, já será algo repugnante, pois é um trabalho. Naturalmente, tenho outra fonte de renda, que no devido tempo e depois de esclarecidas as circunstâncias, será revelada.
Quanto ao meu ódio ao trabalho, é porque sou um anticapitalista por princípio, ainda que reconheça alguns méritos do capitalismo, como o leite condensado (um dos poucos luxos que desfruto, pois minha carne é fraca, e qualquer princípio vai para o espaço quando impera o desejo) e a luz elétrica. Faço também uma concessão mais recentemente ao computador e a internet. E ainda que isso alimente o capitalismo, o fato real e inegável, é que mesmo a luta contra o capitalismo, desenvolve o capitalismo. Para falar mal dele é preciso imprimir livros, revistas, fazer propagandas e filmes, e tudo isso se faz com dinheiro gasto com o comércio e a indústria. Dos luxos que a sociedade possibilita, fico com o sal, a luz elétrica, o computador, as bibliotecas e o contato esporádico com as pessoas.
Reconheço que minha solução própria de vida seria inaplicável aos demais; exige certo preparo filosófico, um exercício de aperfeiçoamento intelectual que poucos estão dispostos a trilhar. Enfim, poucos conseguem atingir o nível de achar o sabonete não apenas dispensável, mas desprezível; poucos conseguem considerar 3 refeições ao dia um luxo da obesidade contemporânea; poucos conseguem perceber que dinheiro, poder e fama, aprisionam antes de libertar. Como epígono do cínico Diógenes e do sátiro Nietzsche, vivo o mais próximo da natureza e refuto o artificialismo e a futilidade da vida social, que tomam tanto tempo e trabalho dos homens que poderiam ser mais bem utilizados. Dedicado à ociosidade, proletário da vagabundagem, considero que se trabalha muito para se conseguir um monte de porcaria. Quanto menos coisas tenho, mais livre me sinto. Repito, nada tenho para ser roubado, nem a vida, que veio sem pedir e que sairá sem que queira. Tenho palavras, algo que ninguém rouba, porque pertence a todos e cada um pode usar como melhor lhe apetecer.
Minha escolha pela vida solitária é decorrência da vida dedicada à pesquisa e investigação da quantitativa ignorância humana, infinitamente superior as sabedorias. Mesmo as sabedorias, de tempos em tempos, passam para o campo da ignorância; tudo é uma questão de tempo. Para entender em sua plenitude e profundidade essa opção de vida, para não apenas justificar suas assertivas, mas legitimar sua veracidade, para não acharem que é só loucura ou bravata da minha parte, creio que será necessário paciência para acompanhar a minha trajetória própria, que vou passar a contar a partir de agora, com notas sobre a minha existência, como fui conquistando essas virtudes. Acredito que minha história poderá trazer uma luz nova sobre antigos acontecimentos mundiais, ou pelo menos servirá de modelo para aqueles que pretendem travar os árduos caminhos da autonomia individual e a conseqüente dissidência social.

Notícias de Hoje

Tenho boas e más notícias. As boas é que não há más notícias. E as más é que as boas duram pouco.

Sobre Reclamações

As pessoas reclamam das coisas que não têm, com seus armários abarrotados de coisas que não usam ou precisam.......... Libertem os entulhos dos armários! Que as coisas circulem ao invés de ficarem trancafiadas! Diga não as ilusões de possuir: ao fim, são as coisas que possuem as pessoas, que fazem suas vidas em função delas.......

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Da série pensamentos evacuados

Pisar na bosta é uma merda! E não se iluda, são de pequenas cagadas aqui e ali que se chega às grandes merdas por toda parte!

A respeito da tolerância

Correm rumores equivocados em alguns cantos desse mundão que seria anti-religioso. Não é verdade, mesmo que por vezes deprecie o fenômeno religioso e considere uma ignorância arcaica da história humana. O importante é que nunca lutei contra a religião, nunca teci ataques contra a mesma, ainda que ataque em discussões e debates a religiosidade, pois que seus argumentos não são convincentes, além, é claro, de nunca me furtar à boa discussão ou conversa. Mas, sou um tolerante, por princípio. Tanto é verdade que, se dependesse de mim, faria o dia sagrado de cada religião um dia sagrado para todos. Com isso, espero, teríamos todos os dias da semana ocupados (ou, o que é bem melhor, desocupados) com feriados. E ainda que não conheça religião que tenha a segunda-feira como dia sagrado, também não conheço motivo por que descriminar a segunda e castigá-la com o trabalho. Aliás, a única forma de retirar a fama de odiosa da segunda-feira seria torná-la um feriado mundial. E me perguntarão: como sobreviverá a humanidade? Ora, com o mínimo e nem tanto com o máximo como preconiza erroneamente nossa época de luxo e ostentação, de muito lixo e restos. Numa época de arrogâncias e soberbas, onde alguns se alçam ao direito de dizer o que é certo, justo e verdadeiro a cada um, vejo tão somente bravata, e percebo que numa coisa ao menos carrego alguma virtude: eu que mal sei o que é certo para mim, ainda que saiba perfeitamente o que não se deve fazer, não ouso afirmar o que cada um deve fazer. Verdade que defendo idéias e até quero convencer os demais de sua veracidade, mas pelo poder de convencimento, nunca pela força de algum cargo ou ostentando alguma autoridade.

Manifesto Pessoal

Sou um dissidente político, social, cultural e até mesmo internacional: da política tenho nojo da porcaria, da sociedade tenho asco da mediocridade, da cultura tenho repugnância pela ignorância e do mundo tenho receio pelo caos de preconceitos variados e lutas por miudezas que existem para serem comungadas, nunca disputadas. Tenho minhas próprias leis e obedeço às leis locais, seja lá onde for, pois que há um mínimo que se tem que realizar para não ser preso ou excluído. No mais, sigo princípios próprios, seja sobre a vida, seja sobre a morte. Sinto-me um cidadão do mundo, meu sentimento de pertencimento não cabe apenas num povo ou algumas pessoas, pertenço à humanidade. Dela aprendi tudo que sou e a ela devo tudo que posso fazer, supostamente, para o meu bem e para o bem dela. Uma pena que os povos e as pessoas não percebam quão maior se tornam quando se vêem como um todo, e não apenas como individualidades ou clã. Fundamentalmente, as bostas não seriam atribuídas aos demais e todos veriam o cagão que são.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Da série pensamentos evacuados

O trabalho estraga o homem: o máximo que se consegue é obter crédito na praça, e arrumar carnês de longas prestações para pagar a compra de um eletrodoméstico novo.
E as pessoas entijolam-se em seus buracos que chamam de casa. Nela possuem várias coisas que quebram e são trocadas: viver tem sido trocar os reparos e ampliar as porcarias a ter que consertar.

revelação

Sou um iluminista, partidário da razão, das luzes, da tolerância e mais ou menos hostil as instituições. Escreverei panfletos que abordarão a vida cotidiana: espero debates honestos e divertidos. Só quero aliviar alguma tensão por existir num mundo tão imundo, emitindo opiniões sinceras.
Saudações Internaúticas!

Aviso aos navegantes

Lanço um espaço para falar das cagadas humanas. Tampem as narinas, a fedentina será forte!