segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dissidência política

Desde a mais tenra juventude sou um dissidente político, contrário não apenas aos governantes, mas a ser governado; contrário às leis, aos costumes, às moralidades sociais, e a tudo que impeça o exercício da minha liberdade. Tolice por tolice, fico com as minhas! Essa dissidência é tão extrema que me tornei um apátrida, e só não sou expatriado porque a radicalidade da minha dissidência é tanta, que não é conhecida, sequer notada, fora dos pequenos círculos por onde ando e discuto política. É que nunca lutei contra os poderosos ou mesmo os fracos, apenas deixei de servir a todos, em particular os governantes, e não deixo ninguém me servir. Tenho para com o poder político a nobreza da indiferença. E nem o Estado nem a sociedade podem impor limites à autonomia dos indivíduos, pelo menos quando esses não afetam aos demais nas suas ações e decisões, ainda que certas moralidades possam ficar contrariadas. O certo e o justo é algo muito complexo para deixar nas mãos dos governantes ou das autoridades, e quem abre mão do seu próprio julgamento deixa de exercer sua liberdade. Na vida política e social somos todos iguais e cada um tem o direito de ter sua opinião; é o reino da opinião por excelência, e mesmo que alguns sejam mais sábios ou ilustrados, a todos é dado ter bom senso. E a minha opinião é que a sociedade é hipócrita e a política sem vergonha, e a maioria das pessoas inertes ou omissas, e eu, se não posso melhorar o mundo, posso melhorar a mim mesmo e, talvez, os que me cercam.

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