terça-feira, 9 de abril de 2013

Minha descrença é mais profunda

Há aqueles que não acreditam em cristo, o que para mim é indiferente sua existência ou não, visto que tirando os cristãos, ninguém leva a sério esta estória de messias. Não acredito é em cristão. Naturalmente, inúmeros professam supostamente sua crença, sua fé, essa coisa meio primitiva que a humanidade carrega como um arcaísmo persistente, nesse ser, porém poucos de fato levam a sério ou a risca o que promulgou. Em primeiro lugar, a morte é um bem, nos aproxima de deus, quando os mortais se livram da carne sedenta e pecaminosa sempre a cobiçar o que não deve, ou mais do que deve, e a alma, liberta do corpo e suas nefastas inclinações, adentra no paraíso. Sendo assim, ao matar um cristão não se faz mal a ele, pois o aproximamos de deus, o que de forma alguma é um mal, a estar certa a tradição cristã. Nem fazemos mal a sua família e dependentes, sendo eles cristãos, pois todos deveriam sentir que foi uma melhora, uma ascendência da indecência humana pecaminosa que beneficiou o falecido. E o que deveriam sentir essas pessoas que perderam o ente querido? Raiva? Não! Pena! Piedade, isso é que manda o cristianismo sentir com os que praticam o mal. Mas, não! Não um mal contra outro, mas contra si mesmo, pois o assassino comete um mal contra si mesmo (ainda que tenha matado outro), e a estar certa a tradição, arderá no inferno. A morte nunca prejudica o morto. Além disso, como diz os textos supostamente sagrados, não se pode fazer mal a alguém protegido por deus. Logo, o que um bom cristão deve sentir? Pena, ser caridoso com alguém que sofrerá eternamente o mal cometido. Deve os cristãos julgar outros cristãos ou homens? Não! O julgamento é prerrogativa de deus, que pode até perdoar um assassino, desde que o mesmo mostre arrependimento. E como poderá os homens condenar se deus pode perdoar? Em segundo lugar, instrui os mandamentos que o cristão seja caridoso e que trate a todos como irmãos, mesmo o estranho, o diferente, até os adversários, e mesmo o mal deve ser retribuído com o bem, e até mesmo um bandido deve ser tratado como um irmão a ser convertido, e não um “satanás” a ser condenado. Em terceiro lugar, manda que se morra pelo certo e justo, mas que jamais se mate por eles, que não se deve matar nem em legítima defesa, pois o único que pode tirar a vida é deus. Poderia continuar a enumerar outros inúmeros princípios cristãos e revelar como os autointitulados cristãos nem de longe cumprem, ou querem cumprir, ou até mesmo pensam a respeito; acreditam que ir na igreja, engolir hóstias, ou rezar é suficiente para serem considerados crentes. Quando vejo quase todos cristãos temerem a morte, saírem por aí a condenar os comportamentos diferentes dos seus, a quererem proibir os demais de seguirem suas crenças, a professarem e praticarem o que acreditam, condenando tudo como obra de satanás, vejo que cristo é apenas o pretexto para exercerem sua arrogância de saberem o que é certo para todos, ou pior ainda, consideram que sabem o que deus quer e são seu porta voz. Deus mandou serem tolerantes, mas a maioria dos cristãos é intolerante; deus mandou não matar, mas a maioria dos cristãos acha que pode matar nas guerras, pela polícia ou em legítima defesa, ou por alguma causa “justa”; deus mandou ser caridoso, não dando esmolas, mas ajudando quando possível, sendo tolerante quando necessário, sendo justo não julgando, mas entendendo; deus ordenou que sejam piedosos até mesmo com os injustos e os maus. Enfim, o que a mensagem de cristo diz e o que os homens fazem, interpretam, deturpam, pervertem, subvertem e sei lá que mais coisas feias fazem com uma mensagem, tola, utópica, é verdade, mas que não deixa de ter alguma civilidade, é algo que deveria ser levado mais a sério pelos cientistas sociais. Eu que não sou cristão fico apavorado com as interpretações que fazem do texto bíblico, que por mais tolo que seja, as pessoas conseguem torná-lo ainda estúpido.

Um comentário:

  1. Olá,

    Observei que as postagens andam meio vencidas, mas atuais. Escreva contos.

    Saudações,

    Eduardo Damasio

    www.curtasexposicoes.com.br

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