segunda-feira, 29 de abril de 2013

Continuando no assunto imundo: os partidos políticos brasileiros

É difícil para qualquer pessoa razoável dizer qual é o pior partido político no Brasil, porque ainda que um seja uma merda, outro uma bosta, outro um excremento, outro uma fezes, outro ainda um coco, ou seja, todos fedem, o fato é que cada um, a sua forma, realiza algum tipo de mal; são de pequenas bostas que se chega à grande cagada da política nacional, qual seja, a ausência de ética, que ocorre por toda sociedade civil, mas que é mais visível na política, porque é de forma escancarada. Se não se pode afirmar qual seja o pior, apenas que todos são ruins, pode-se afirmar que o mais perigoso é o PT, o mais totalitário, mais do que o PC do B, PSOL, PSTU, igualmente totalitários, porém incompetentes. O mais fisiologista, que sempre está no poder desde o fim da ditadura, seja diretamente, seja indiretamente através de alianças, é o PMDB, que após o governo Sarney (pemedebista), entra e sai PSDB, entra PT, está lá sorridente nas fotos oficiais, espalhado pelos ministérios, impondo sua política de que é dando que se recebe, que não existe argumentos apenas barganha, assim como sua ideologia e moralidade, que tudo nessa vida tem sempre 10%. O PSDB é “diet”, “light” e sem “insight”, tenta parecer inteligente o que só é possível num Congresso repleto de ignorantes, e, no entanto, como os demais, diante do poder, mama à vontade e dá a teta do Estado para os próximos mamarem também. Os demais partidos são coadjuvantes da tragédia nacional; nenhum possui ideologia, apenas interesses. Todos tomam ou posições interesseiras que servem aos interesses políticos e econômicos daqueles que supostamente representam, ou posições erradas, mesmo quando pensam agir imbuídos de boas intenções, o que a rigor não existe entre deputados e senadores: o mais longe que conseguem pensar é nas próximas eleições. Fazendo uma hierarquia perversa de acordo com o mérito negativo dos nossos políticos, diria que o mais perverso é o PMDB, o mais perigoso é o PT, aqueles que dão mais asco são os pequenos partidos, porque ou são de ideologias esdrúxulas, ou a maioria são siglas sem significado algum e muitas se alugando para os demais. O PSDB é o mais irresoluto, o mais sabonete. O DEM é algo em extinção e que poucos sentirão a falta. O PDT deveria ter sido enterrado junto com o seu fundador.
O fato é que se há algo pouco confiável são os partidos políticos, partidos sem perspectivas ou projetos políticos, apenas planos e estratégias de obtensão do poder; todos com uma retórica que fala tudo que o eleitor quer ouvir sem dizer como fará, que consulta os institutos de pesquisas antes de tomarem posições. Partidos que apenas propagandeiam promessas falsas, querendo parecer honestos ao denunciarem as desonestidades alheias, querendo parecer justos e participando na confecção de leis que dá mais regalias aos políticos e mais deveres e impostos ao cidadão. Partidos que depois de eleitos nada fazem senão jogarem fora as promessas e alardeando a culpa na legislatura anterior, no antigo, que herdaram dívidas e confusão, que não têm como arrumar (sic!) tudo num mandato, e lá estão eles em campanha, cobiçando mais um mandato, onde continuarão reclamando de coisas que estão em suas mãos mudar, mas que a rigor ninguém quer mexer. Nenhum partido existente vale qualquer coisa, são trampolins para ambiciosos obterem o Estado e governá-lo com seus cúmplices. Nenhum deles tem posições claras sobre a liberdade dos homens, sobre a democracia ou a república, e se posicionam segundo acreditam que a opinião pública deseja, oscilando como ela; estão repletos de palavras de ordem genéricas, suficientemente amplas para parecer nobres, porém sem efetividade alguma na realidade diária de todos nós. Esses partidos políticos medíocres criam leis draconianas para impedir que novas forças políticas surjam, ou mesmo novos partidos: não querem dividir o botim que realizam no Estado repartindo-o entre mais partidos políticos. Eis o motivo porque sou obrigado a anular meu voto em todas as eleições, visto que não tenho direito de me abster: não quero dar poder, emprego, mordomia para parasitas que só querem aumentar o seu poder, dar emprego para a parentada, viajar pelo mundo à custa do Estado. Naturalmente, essa mediocridade política só existe porque os brasileiros são súditos muito antes de serem cidadãos, com uma formação não apenas incompleta, mas precária e medíocre, que não consegue nem ao menos entender o que é altruísmo, quanto mais praticá-lo, possuindo apenas uma visão parcial, limitada e medrosa, se colocando sempre como vítima de forças da realidade que magicamente acredita tudo dominar, sem se perceberem como agentes da construção do real, e não apenas passivos em relação ao poder, do qual se entendem como vítimas incapazes de mudar, afinal, mudar para onde, mudar por que? Um vergonhoso sentimento de inferioridade aninhou-se e impera no solo brasileiro, do qual quem mais tira proveito são os políticos, ainda que não sejam os únicos responsáveis, visto que eles próprios sofreram a mesma educação medíocre que eles são incapazes de mudar.
Será que não poderia, algum dia, ocorrer de existir pessoas ou partidos razoavelmente descentes, portadores de ideais e propostas políticas, antes que apresentar desqualificadores sobre seus adversários, ou promessas por práticas administrativas honestas e eficientes? Que o desejo seja legítimo, a esperança deve ser pequena, visto que poucos se dispõem a participar da política nos dias atuais, mesmo porque, ainda que a política possa trazer poder e força, raramente traz respeito, o que se não acaba com a força, aniquila com certeza com o poder. Todavia, como somos humanos, seres que podem plasmar novidades, tudo é possível, ainda que nada seja certo em política. Até o momento, nada avisto de descente na política brasileira, uma triste repetição do mesmo, apenas com novas siglas, nem vejo nos pretendes conhecidos aos postos políticos alguma qualidade meritória, apenas a ambição e a petulância de saber o que é certo para os demais, possuindo em sua maioria a profundidade política tão rasa como a grama que apresenta para o rebanho pastar; verdade que não se morrerá de fome, mas se deixará de comer muitas outras guloseimas. Nem plantam as árvores que demoram anos para darem frutos, mas que são os alimentos fundamentais para desenvolver não apenas o corpo, mas o espírito. De qualquer modo, o que se vê é que as plataformas políticas dos partidos tendem a ser tão genéricas e uniformes para não desagradar ninguém, que findam todos nivelados por um conjunto de palavras de ordem das quais poucos discordam, porém sem lhe especificar em nenhum momento o que se entende por tais armadilhas semânticas cheias de significados dúbios e ambíguos. Ora, todos os partidos políticos defendem uma educação de qualidade, é de se perguntar, então, por que não temos nem ao menos uma educação decente, visto que aparentemente ninguém é contra? É que nada sabem do que é educar, muito menos saberão o que é educação de qualidade; foram todos mal educados. Enfim, todos são favoráveis ao que o senso comum deseja, só que o povo sem saber como realizar tal empreitada, designa através dos votos aqueles que dizem que sabe como fazer, e quando lá estão de posse do poder, falta-lhe o conhecimento necessário, para essa ou para qualquer outra coisa que tenha prometido resolver. Na verdade, nossos políticos sabem pouco, tanto quanto qualquer um, mais sem a sabedoria comum, que não se mete no que não sabe, quando obtém o poder, se cercam de sabidos que sempre iludem os incautos e desconfiam dos sábios.
Posso eu, pode alguém, mudar a medíocre realidade partidária brasileira? Qualquer um pode, o problema, no entanto, é mais profundo, quem quer se sujar com a política? Ou ainda mais interessante, supondo que se queira fazer alguma coisa menos estúpida e um pouco mais digna, o que fazer? De minha parte, acredito que o novo na política surgirá de fora dos partidos políticos tradicionais existentes, ambicionando nem tanto um cargo eletivo, mas lutando por princípios e posições políticas, e terá como bandeira a questão ética, uma bandeira pela ética pessoal e coletiva, empenhando-se mais em estabelecer práticas humanas do que leis coercitivas para direcionar o comportamento das pessoas; mais procurando entender os problemas do que apresentar mudanças legislativas, que apenas corrigem coisas mal feitas, e que precisariam ser refeitas. Não são dos políticos profissionais ou dos pretendes a governantes que se deve esperar algo diferente, muito menos qualquer tipo de solução: os mesmos são parte importante dos problemas, mas apenas da sociedade civil, quando consciente de sua capacidade instituinte. Eis porque minha esperança é pouca e minha felicidade difícil.

P.S.: Ainda que os partidos políticos citados possam se sentir ofendidos, visto que a verdade muitas vezes ofende, os partidos não citados podem se sentir mais ofendidos ainda, na medida em que seriam considerados tão ruins a ponto de não merecem nem menção. A insignificância política dos mesmos não permite que se gaste espaços com eles, logo, não é uma questão pessoal, apenas o usual menosprezo que impede até mesmo denominá-los. Não me são indiferentes; se o fossem, nem menosprezo sentiria, apenas acho desnecessário falar das pequenas bostas quando há toda uma diarreia imunda ocorrendo na política nacional.

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