É de se
perguntar por que não tenho leitores. Sem dúvida, minha insignificância é razão
mais do que suficiente para justificar essa ocorrência. Todavia, há o fato do
que digo ser indigesto para paladares delicados. Também ocorre que a verdade,
assim como a honestidade não serem apreciadas, muito menos é popular, a não ser
quando as mesmas tratam de coisas amenas, que não é o meu caso, que trato das
coisas pequenas, mas com odores fortes. Acrescente-se ainda um estilo rústico,
quase selvagem, que não busca palavras bonitas para falar de coisas feias, nem
disfarça a pornografia explícita das emoções humanas. Por fim, alguns leitores
tímidos, em particular, reclamam de minha temática, do meu “pessimismo” ou da
minha amoralidade. Mas, a temática advém do mundo do qual sou apenas um
intérprete; meu suposto pessimismo é tão somente um realismo cru e sem
cozimento poético; minha amoralidade é apenas um traço sutil de certa sabedoria
aprendida nos livros, que o certo é algo que se constrói e se destrói nas ações
humanas, não existindo de antemão ou para sempre. Se não ter leitores não é com
certeza algum tipo de mérito, não tê-los também não significa algum tipo de demérito,
ou mesmo algo depreciativo. Há escritores que morrem sem terem sido lidos em
vida, não por falta de méritos literários ou de conteúdo, mas por falta de
mérito nos leitores de sua época e do seu local. Outros guardaram seus escritos
longe do público enquanto vivos, para só depois de mortos permitirem sua
publicação. No meu caso, como nem pretendo os méritos de escritor, nem
considero que os leitores atuais carecem de méritos (verdade que não são os
méritos desejados), nem tenho medo do público sobre o julgamento das minhas
ideias, muito menos medo de publicá-las, só posso contar com o esforço próprio para
expor minhas impressões a respeito da imundice humana, visto que meus amigos
não as publicam nem em vida, por que publicariam depois de morto? Sei que o
assunto desagrada, mas desagrada menos que a ocorrência do fato descrito, que a
ocorrência das merdas diárias. Já me classificaram como um defensor de algum
tipo de estética do feio ou do grotesco. Entretanto, nem defendo alguma
estética, seja feia, seja bela, muito menos o grotesco; no mais das vezes nada
defendo, apenas ataco. Como não há nem bem, nem belo, nem justo na descrição
que faço das coisas humanas atribuem essa negatividade a mim, como se o
problema existisse na exposição e não no fenômeno exposto.
Se não há leitores ou são eles mínimos, para que
os escritos, me perguntam até mesmo quem não me lê, mas sabe que escrevo. Bom,
é um exercício mental, o que faz me sentir diferente de uma ervilha. Por outro
lado, gosto de registrar minhas impressões sobre as ocorrências, e dessa forma
não gasto papel para armazená-las. Por fim, há um procedimento democrático e
republicano de participar das discussões que envolvem o destino de todos ou
para evitar ter que participar do destino de todos, que respeita inclusive o
direito dos demais de não quererem ouvir minhas posições ou lutas, e ainda sim
livremente expô-las na praça: basta entrar ou não entrar nesse Blog. Afinal,
participar da comunidade humana precisa do exercício da conversação, ouvir e
falar, expor-se ao julgamento público assim como julgá-lo. E ainda que não seja
ouvido, é um dever dizer o que penso e o que acho da barbárie que estou
envolvido, no intuito de alertar a todos das armadilhas diárias da convivência,
mesmo sabendo que pouco posso fazer e poucos vão ouvir. Não faço apenas as
coisas que podem dar certo, mas faço tudo que considero certo, ainda que o
resultado seja duvidoso ou nenhum.
Aqui se evacuam idéias e comentários sobre a porcaria humana
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Dos exemplos a não serem seguidos
Pouco se aprende com os bons exemplos, pois que é
difícil de serem seguidos, senão pelos bons que são poucos; devemos nos valer
dos maus, cuja lição é mais acessível, mais presente, mais próximo. Todo dia,
todo momento, toda ocasião, toda conduta dos outros adverte, aconselha, mostra
o que evitar, o vergonhoso, o errado. Aquilo que aborrece ou indigna
impressiona e desperta mais a sensibilidade do que aquilo que agrada. A humanidade
se corrige ao avesso, mais por desacordo do que por acordo, mais por
divergência do que por semelhança, mais aprende o que evitar, do que aquilo que
seria mais apropriado fazer. Assim, antes que buscar lições nos bons, que são
raros de serem avistados e de difícil realização por pessoas comum imitar, é
preciso perceber o que ser evitado para não ser odiado ou desprezado. O lado
bom do lado mal é que se percebe aquilo que nos desagrada e desagrada a todos,
o que, se não impede de se realizar maldades, porém ao menos se pode tentar
entender a faceta maldosa. Confesso que o que vi e sofri na minha educação é tudo
coisa a ser evitada, nunca seguida; aprendi mais a repudiar o errado do que a
amar o certo, que em boa parte das vezes parece incerto ou duvidoso. Cresci aprendendo
a apreciar mais a ser conveniente do que honesto, ser cordial do que justo, ser
útil do que ser bom. E se hoje nem sou cordial, nem conveniente, nem útil, e
minha honestidade, bondade e justiça possam ser coladas sob suspeita, o fato é
que a grande lição que tiro da história humana é que nada se aprende de certo,
mas com certeza se percebe exatamente o que não se deve fazer. Nem os antigos,
nem os mais velhos podem ensinar o certo apropriado para o momento, que deve
buscar seu próprio caminho, procurando apenas não cometer os mesmos equívocos
do passado; acertos, se houveram, já não servem para o momento atual. Não se
deve buscar tanto um comportamento bom, mas antes evitar ser mal, pois há
apenas uma forma de acertar (e é difícil saber qual seja), mas infinitas de
errar.
Continuando no assunto imundo: os partidos políticos brasileiros
É difícil
para qualquer pessoa razoável dizer qual é o pior partido político no Brasil,
porque ainda que um seja uma merda, outro uma bosta, outro um excremento, outro
uma fezes, outro ainda um coco, ou seja, todos fedem, o fato é que cada um, a
sua forma, realiza algum tipo de mal; são de pequenas bostas que se chega à
grande cagada da política nacional, qual seja, a ausência de ética, que ocorre por
toda sociedade civil, mas que é mais visível na política, porque é de forma
escancarada. Se não se pode afirmar qual seja o pior, apenas que todos são
ruins, pode-se afirmar que o mais perigoso é o PT, o mais totalitário, mais do
que o PC do B, PSOL, PSTU, igualmente totalitários, porém incompetentes. O mais
fisiologista, que sempre está no poder desde o fim da ditadura, seja
diretamente, seja indiretamente através de alianças, é o PMDB, que após o
governo Sarney (pemedebista), entra e sai PSDB, entra PT, está lá sorridente
nas fotos oficiais, espalhado pelos ministérios, impondo sua política de que é
dando que se recebe, que não existe argumentos apenas barganha, assim como sua
ideologia e moralidade, que tudo nessa vida tem sempre 10%. O PSDB é “diet”, “light”
e sem “insight”, tenta parecer inteligente o que só é possível num Congresso
repleto de ignorantes, e, no entanto, como os demais, diante do poder, mama à
vontade e dá a teta do Estado para os próximos mamarem também. Os demais
partidos são coadjuvantes da tragédia nacional; nenhum possui ideologia, apenas
interesses. Todos tomam ou posições interesseiras que servem aos interesses
políticos e econômicos daqueles que supostamente representam, ou posições
erradas, mesmo quando pensam agir imbuídos de boas intenções, o que a rigor não
existe entre deputados e senadores: o mais longe que conseguem pensar é nas
próximas eleições. Fazendo uma hierarquia perversa de acordo com o mérito
negativo dos nossos políticos, diria que o mais perverso é o PMDB, o mais
perigoso é o PT, aqueles que dão mais asco são os pequenos partidos, porque ou
são de ideologias esdrúxulas, ou a maioria são siglas sem significado algum e
muitas se alugando para os demais. O PSDB é o mais irresoluto, o mais sabonete.
O DEM é algo em extinção e que poucos sentirão a falta. O PDT deveria ter sido
enterrado junto com o seu fundador.
O fato é que se há algo pouco confiável são os partidos políticos, partidos sem perspectivas ou projetos políticos, apenas planos e estratégias de obtensão do poder; todos com uma retórica que fala tudo que o eleitor quer ouvir sem dizer como fará, que consulta os institutos de pesquisas antes de tomarem posições. Partidos que apenas propagandeiam promessas falsas, querendo parecer honestos ao denunciarem as desonestidades alheias, querendo parecer justos e participando na confecção de leis que dá mais regalias aos políticos e mais deveres e impostos ao cidadão. Partidos que depois de eleitos nada fazem senão jogarem fora as promessas e alardeando a culpa na legislatura anterior, no antigo, que herdaram dívidas e confusão, que não têm como arrumar (sic!) tudo num mandato, e lá estão eles em campanha, cobiçando mais um mandato, onde continuarão reclamando de coisas que estão em suas mãos mudar, mas que a rigor ninguém quer mexer. Nenhum partido existente vale qualquer coisa, são trampolins para ambiciosos obterem o Estado e governá-lo com seus cúmplices. Nenhum deles tem posições claras sobre a liberdade dos homens, sobre a democracia ou a república, e se posicionam segundo acreditam que a opinião pública deseja, oscilando como ela; estão repletos de palavras de ordem genéricas, suficientemente amplas para parecer nobres, porém sem efetividade alguma na realidade diária de todos nós. Esses partidos políticos medíocres criam leis draconianas para impedir que novas forças políticas surjam, ou mesmo novos partidos: não querem dividir o botim que realizam no Estado repartindo-o entre mais partidos políticos. Eis o motivo porque sou obrigado a anular meu voto em todas as eleições, visto que não tenho direito de me abster: não quero dar poder, emprego, mordomia para parasitas que só querem aumentar o seu poder, dar emprego para a parentada, viajar pelo mundo à custa do Estado. Naturalmente, essa mediocridade política só existe porque os brasileiros são súditos muito antes de serem cidadãos, com uma formação não apenas incompleta, mas precária e medíocre, que não consegue nem ao menos entender o que é altruísmo, quanto mais praticá-lo, possuindo apenas uma visão parcial, limitada e medrosa, se colocando sempre como vítima de forças da realidade que magicamente acredita tudo dominar, sem se perceberem como agentes da construção do real, e não apenas passivos em relação ao poder, do qual se entendem como vítimas incapazes de mudar, afinal, mudar para onde, mudar por que? Um vergonhoso sentimento de inferioridade aninhou-se e impera no solo brasileiro, do qual quem mais tira proveito são os políticos, ainda que não sejam os únicos responsáveis, visto que eles próprios sofreram a mesma educação medíocre que eles são incapazes de mudar.
Será que não poderia, algum dia, ocorrer de existir pessoas ou partidos razoavelmente descentes, portadores de ideais e propostas políticas, antes que apresentar desqualificadores sobre seus adversários, ou promessas por práticas administrativas honestas e eficientes? Que o desejo seja legítimo, a esperança deve ser pequena, visto que poucos se dispõem a participar da política nos dias atuais, mesmo porque, ainda que a política possa trazer poder e força, raramente traz respeito, o que se não acaba com a força, aniquila com certeza com o poder. Todavia, como somos humanos, seres que podem plasmar novidades, tudo é possível, ainda que nada seja certo em política. Até o momento, nada avisto de descente na política brasileira, uma triste repetição do mesmo, apenas com novas siglas, nem vejo nos pretendes conhecidos aos postos políticos alguma qualidade meritória, apenas a ambição e a petulância de saber o que é certo para os demais, possuindo em sua maioria a profundidade política tão rasa como a grama que apresenta para o rebanho pastar; verdade que não se morrerá de fome, mas se deixará de comer muitas outras guloseimas. Nem plantam as árvores que demoram anos para darem frutos, mas que são os alimentos fundamentais para desenvolver não apenas o corpo, mas o espírito. De qualquer modo, o que se vê é que as plataformas políticas dos partidos tendem a ser tão genéricas e uniformes para não desagradar ninguém, que findam todos nivelados por um conjunto de palavras de ordem das quais poucos discordam, porém sem lhe especificar em nenhum momento o que se entende por tais armadilhas semânticas cheias de significados dúbios e ambíguos. Ora, todos os partidos políticos defendem uma educação de qualidade, é de se perguntar, então, por que não temos nem ao menos uma educação decente, visto que aparentemente ninguém é contra? É que nada sabem do que é educar, muito menos saberão o que é educação de qualidade; foram todos mal educados. Enfim, todos são favoráveis ao que o senso comum deseja, só que o povo sem saber como realizar tal empreitada, designa através dos votos aqueles que dizem que sabe como fazer, e quando lá estão de posse do poder, falta-lhe o conhecimento necessário, para essa ou para qualquer outra coisa que tenha prometido resolver. Na verdade, nossos políticos sabem pouco, tanto quanto qualquer um, mais sem a sabedoria comum, que não se mete no que não sabe, quando obtém o poder, se cercam de sabidos que sempre iludem os incautos e desconfiam dos sábios.
Posso eu, pode alguém, mudar a medíocre realidade partidária brasileira? Qualquer um pode, o problema, no entanto, é mais profundo, quem quer se sujar com a política? Ou ainda mais interessante, supondo que se queira fazer alguma coisa menos estúpida e um pouco mais digna, o que fazer? De minha parte, acredito que o novo na política surgirá de fora dos partidos políticos tradicionais existentes, ambicionando nem tanto um cargo eletivo, mas lutando por princípios e posições políticas, e terá como bandeira a questão ética, uma bandeira pela ética pessoal e coletiva, empenhando-se mais em estabelecer práticas humanas do que leis coercitivas para direcionar o comportamento das pessoas; mais procurando entender os problemas do que apresentar mudanças legislativas, que apenas corrigem coisas mal feitas, e que precisariam ser refeitas. Não são dos políticos profissionais ou dos pretendes a governantes que se deve esperar algo diferente, muito menos qualquer tipo de solução: os mesmos são parte importante dos problemas, mas apenas da sociedade civil, quando consciente de sua capacidade instituinte. Eis porque minha esperança é pouca e minha felicidade difícil.
P.S.: Ainda que os partidos políticos citados possam se sentir ofendidos, visto que a verdade muitas vezes ofende, os partidos não citados podem se sentir mais ofendidos ainda, na medida em que seriam considerados tão ruins a ponto de não merecem nem menção. A insignificância política dos mesmos não permite que se gaste espaços com eles, logo, não é uma questão pessoal, apenas o usual menosprezo que impede até mesmo denominá-los. Não me são indiferentes; se o fossem, nem menosprezo sentiria, apenas acho desnecessário falar das pequenas bostas quando há toda uma diarreia imunda ocorrendo na política nacional.
O fato é que se há algo pouco confiável são os partidos políticos, partidos sem perspectivas ou projetos políticos, apenas planos e estratégias de obtensão do poder; todos com uma retórica que fala tudo que o eleitor quer ouvir sem dizer como fará, que consulta os institutos de pesquisas antes de tomarem posições. Partidos que apenas propagandeiam promessas falsas, querendo parecer honestos ao denunciarem as desonestidades alheias, querendo parecer justos e participando na confecção de leis que dá mais regalias aos políticos e mais deveres e impostos ao cidadão. Partidos que depois de eleitos nada fazem senão jogarem fora as promessas e alardeando a culpa na legislatura anterior, no antigo, que herdaram dívidas e confusão, que não têm como arrumar (sic!) tudo num mandato, e lá estão eles em campanha, cobiçando mais um mandato, onde continuarão reclamando de coisas que estão em suas mãos mudar, mas que a rigor ninguém quer mexer. Nenhum partido existente vale qualquer coisa, são trampolins para ambiciosos obterem o Estado e governá-lo com seus cúmplices. Nenhum deles tem posições claras sobre a liberdade dos homens, sobre a democracia ou a república, e se posicionam segundo acreditam que a opinião pública deseja, oscilando como ela; estão repletos de palavras de ordem genéricas, suficientemente amplas para parecer nobres, porém sem efetividade alguma na realidade diária de todos nós. Esses partidos políticos medíocres criam leis draconianas para impedir que novas forças políticas surjam, ou mesmo novos partidos: não querem dividir o botim que realizam no Estado repartindo-o entre mais partidos políticos. Eis o motivo porque sou obrigado a anular meu voto em todas as eleições, visto que não tenho direito de me abster: não quero dar poder, emprego, mordomia para parasitas que só querem aumentar o seu poder, dar emprego para a parentada, viajar pelo mundo à custa do Estado. Naturalmente, essa mediocridade política só existe porque os brasileiros são súditos muito antes de serem cidadãos, com uma formação não apenas incompleta, mas precária e medíocre, que não consegue nem ao menos entender o que é altruísmo, quanto mais praticá-lo, possuindo apenas uma visão parcial, limitada e medrosa, se colocando sempre como vítima de forças da realidade que magicamente acredita tudo dominar, sem se perceberem como agentes da construção do real, e não apenas passivos em relação ao poder, do qual se entendem como vítimas incapazes de mudar, afinal, mudar para onde, mudar por que? Um vergonhoso sentimento de inferioridade aninhou-se e impera no solo brasileiro, do qual quem mais tira proveito são os políticos, ainda que não sejam os únicos responsáveis, visto que eles próprios sofreram a mesma educação medíocre que eles são incapazes de mudar.
Será que não poderia, algum dia, ocorrer de existir pessoas ou partidos razoavelmente descentes, portadores de ideais e propostas políticas, antes que apresentar desqualificadores sobre seus adversários, ou promessas por práticas administrativas honestas e eficientes? Que o desejo seja legítimo, a esperança deve ser pequena, visto que poucos se dispõem a participar da política nos dias atuais, mesmo porque, ainda que a política possa trazer poder e força, raramente traz respeito, o que se não acaba com a força, aniquila com certeza com o poder. Todavia, como somos humanos, seres que podem plasmar novidades, tudo é possível, ainda que nada seja certo em política. Até o momento, nada avisto de descente na política brasileira, uma triste repetição do mesmo, apenas com novas siglas, nem vejo nos pretendes conhecidos aos postos políticos alguma qualidade meritória, apenas a ambição e a petulância de saber o que é certo para os demais, possuindo em sua maioria a profundidade política tão rasa como a grama que apresenta para o rebanho pastar; verdade que não se morrerá de fome, mas se deixará de comer muitas outras guloseimas. Nem plantam as árvores que demoram anos para darem frutos, mas que são os alimentos fundamentais para desenvolver não apenas o corpo, mas o espírito. De qualquer modo, o que se vê é que as plataformas políticas dos partidos tendem a ser tão genéricas e uniformes para não desagradar ninguém, que findam todos nivelados por um conjunto de palavras de ordem das quais poucos discordam, porém sem lhe especificar em nenhum momento o que se entende por tais armadilhas semânticas cheias de significados dúbios e ambíguos. Ora, todos os partidos políticos defendem uma educação de qualidade, é de se perguntar, então, por que não temos nem ao menos uma educação decente, visto que aparentemente ninguém é contra? É que nada sabem do que é educar, muito menos saberão o que é educação de qualidade; foram todos mal educados. Enfim, todos são favoráveis ao que o senso comum deseja, só que o povo sem saber como realizar tal empreitada, designa através dos votos aqueles que dizem que sabe como fazer, e quando lá estão de posse do poder, falta-lhe o conhecimento necessário, para essa ou para qualquer outra coisa que tenha prometido resolver. Na verdade, nossos políticos sabem pouco, tanto quanto qualquer um, mais sem a sabedoria comum, que não se mete no que não sabe, quando obtém o poder, se cercam de sabidos que sempre iludem os incautos e desconfiam dos sábios.
Posso eu, pode alguém, mudar a medíocre realidade partidária brasileira? Qualquer um pode, o problema, no entanto, é mais profundo, quem quer se sujar com a política? Ou ainda mais interessante, supondo que se queira fazer alguma coisa menos estúpida e um pouco mais digna, o que fazer? De minha parte, acredito que o novo na política surgirá de fora dos partidos políticos tradicionais existentes, ambicionando nem tanto um cargo eletivo, mas lutando por princípios e posições políticas, e terá como bandeira a questão ética, uma bandeira pela ética pessoal e coletiva, empenhando-se mais em estabelecer práticas humanas do que leis coercitivas para direcionar o comportamento das pessoas; mais procurando entender os problemas do que apresentar mudanças legislativas, que apenas corrigem coisas mal feitas, e que precisariam ser refeitas. Não são dos políticos profissionais ou dos pretendes a governantes que se deve esperar algo diferente, muito menos qualquer tipo de solução: os mesmos são parte importante dos problemas, mas apenas da sociedade civil, quando consciente de sua capacidade instituinte. Eis porque minha esperança é pouca e minha felicidade difícil.
P.S.: Ainda que os partidos políticos citados possam se sentir ofendidos, visto que a verdade muitas vezes ofende, os partidos não citados podem se sentir mais ofendidos ainda, na medida em que seriam considerados tão ruins a ponto de não merecem nem menção. A insignificância política dos mesmos não permite que se gaste espaços com eles, logo, não é uma questão pessoal, apenas o usual menosprezo que impede até mesmo denominá-los. Não me são indiferentes; se o fossem, nem menosprezo sentiria, apenas acho desnecessário falar das pequenas bostas quando há toda uma diarreia imunda ocorrendo na política nacional.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
PT - um partido totalitário
O Partido dos
Trabalhadores, vulgarmente conhecido como PT, se algum dia foi dos
trabalhadores, hoje não é mais, é dos deputados, senadores, vereadores,
prefeitos, governadores e funcionários públicos, que, se sabe, nunca trabalham
(ou só trabalham para si próprios, o que é pior ainda); todos com fortes
relações empresariais, empresários prontos a financiar campanhas e ganhar obras. PT se
revelou agora um partido dos terroristas, ainda que se digam ex-terroristas,
que dominam suas entranhas e as esferas do poder, pessoas que no passado
mataram, roubaram, sequestraram, ou tentaram, ou assim quiseram ainda que pouco
fizessem, e que, contrariamente ao que afirmam, não lutavam pela democracia,
mas para implantarem uma ditadura do proletariado, um regime totalitário como
da Coreia do Norte. Não há prova maior do domínio dos terroristas no partido do
que a forma como procederam e procede com relação aos bandidos condenados pela
mais alta corte do país: acusam a justiça de injustiça, enfim, desprezam as
instituições democráticas, e tentam permanecer no cargo até o último segundo,
sugando tudo que podem do bem público, da república, da democracia. Esses
bandidos condenados junto com seus subjugados ainda impõe que o ônus dos seus
crimes seja pago pelos membros do partido, ou seja, são todos cúmplices! São companheiros
enquanto criminosos; não há um acordo de cavalheiros, mas de canalhas, a
fidelidade da cumplicidade dos bandidos. PT significa um partido totalitário
que tenta limitar o poder do ministério público, do judiciário e da imprensa,
sendo que suas lutas mais significativas é para que o Estado, aparelhado pelo
partido, tome conta (não no sentido de bem cuidar, mas de bem explorar) de tudo
e de todos, e que não tenha sua atuação fiscalizada, nem seus crimes quase
diários punidos: terrorista, como se sabe, sempre acredita que está acima do
bem e do mal, e que pode cometer uma ou várias canalhices em nome do “bem” que
supostamente almeja, ou seja, sua eternização no poder e a aniquilação dos
inimigos. O fato é que o PT é um partido perigoso, cujas lutas principais se
resumem em conseguir regalias para si próprio ou para os lugares onde acredita
estar encastelado, usando a barganha ao invés de argumentos para convencer, não
a população, mas os demais deputados e senadores. Um partido que quer controlar
os meios de comunicação e gasta tanto em propaganda, ou melhor, publicidade; um
partido que quer ter controle das informações que chega à população, que não
confia no bom senso das pessoas e que acha que o povo precisa de tutela, apenas
acreditando que há más intenções em todos aqueles que lhe opõem, ou que
discordam, ou que simplesmente pensam diferente. Enfim, PT para mim significa
um partido de tolos, bandidos em potencial, que se aproveitam da democracia
para tentar impor sua ditadura totalitária. Se há algo que fede como merda, mas
que não tem nome feio suficiente para designar, é a ética desse partido
totalitário que quer viver à custa do trabalho do povo; eis mais um bom motivo
para não trabalhar, pelo menos o governo não extrai de mim seu sustento, pois
que o Estado é sócio de todos, do trabalho e do capital, sempre arrancando uma
parte do nosso esforço, para o seu esforço de continuar vivendo do nosso.
Nomes inapropriados para coisas impróprias
Todas as comissões do Congresso Brasileiro
recebem nomes equivocados para o que fazem ou pretendem fazer. E não poderia
ser diferente, com deputados e senadores sabidos, antes que sábios, astutos
antes que prudentes, defensores de interesses miúdos ou mesquinhos e sem
entenderem o que é bem comum, as coisas, as instituições, as leis, assim como
os nomes, servem tão somente para esconder intenções pouco honestas. A comissão
de ética deveria mais apropriadamente ser denominada de comissão de falta de
ética, pois pouco se preocupa com a ética dos deputados e senadores, apenas com
aqueles que faltam com ela e são pego na falta, uma vez que um deputado ou
senador pode não faltar com a ética (ou melhor, não se ter descoberto a sua
desonestidade), mas nem por isso sejam éticos: ainda que não roube, mate ou
minta, pode nada fazer para beneficiar o país ou pior ainda, fazer leis para se
beneficiar, ou não acabar com leis que o privilegiam em detrimento dos demais. A
comissão dos direitos humanos deveria ser chamada de comissão do satanismo após
a eleição do seu ilustre presidente. E a comissão de constituição e justiça
deveria ser nomeada de comissão de injustiça e de destruição da constituição,
que ainda que não seja grande coisa, me parece melhor que nada. Nessa comissão
de justiça abrigam-se sorrateiramente deputados bandidos, quadrilheiros
condenados no mais alto tribunal da nação, que querem acabar com o poder
judiciário, submetê-lo à tirania do Congresso Nacional, e impedir que o
tribunal continue condenando os bandidos que se abrigam no seu interior, ou impedir
que esses bandidos continuem a manipular leis para satisfazer seus interesses,
ou fazer leis contra a constituição. Entre outros motivos pelo qual não saio
desse país, é que sinto muita vergonha, na medida em que, como afirmam, o
Congresso representa o país, esse país é uma vergonha, e não quero ser
confundido com bandido e quadrilheiro.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Explode merda para todo lado
Que horror o
terror matando aleatoriamente pessoas. Não inocentes, porque inocente ninguém
é, e todos têm alguma parcela de culpa pelas calamidades humanas, mas
indivíduos de qualquer idade, qualquer sexo, qualquer cor, qualquer classe, qualquer
um. O ódio aos demais e o amor à causa são ingredientes suficientes para deixar
uma pessoa alucinada, ou pior, aloprada, pronta para fazer coisas pequenas para
parecer grande. Posso aceitar as pessoas morrendo por causas, mesmo que tolas,
mas não posso, não digo aceitar, nem mesmo entender pessoas matando, seja
porque motivo for. Da violência emerge apenas mais violência; não apenas nada
se constrói, tão somente se destrói, principalmente as parcas esperanças na
humanidade. Que queiram acabar com o tirano ou com a tirania, por mais louvável
que se possa considerar essa luta, não se pode tiranizar a todos para tanto,
gerando apenas medo e desconfiança que reina tiranicamente nos sentimentos
contemporâneos. Esse terror estúpido que virou moda e está se tornando banal,
explodindo gente para todo lado, gerando medo em toda parte, não pode ser
vencido com mais controles das pessoas, nem com penas mais duras ou mesmo
apenas com a “inteligência” dos serviços secretos; o que vence a violência não
é a contraviolência, mas a coragem das pessoas, a não submissão a violência, o
espírito de amizade, o não estigmatizar etnias e crenças, a aceitação de todos
numa comunidade internacional, onde só os violentos serão estigmatizados. Controles
e vigilâncias só controlam as pessoas comuns que são de pouca ou mesmo nenhuma
ameaça aos demais. E o que diferencia uma pessoa comum de uma pessoa com mente
assassina, o que nenhum instrumento de vigilância capta? Pessoas comuns jamais imaginariam
que uma panela de pressão pudesse se tornar uma bomba antes do ocorrido em
Boston. Em pessoas comuns, nada se transforma em arma, em pessoas com mente
assassinas tudo pode ser utilizado para matar, até o cadarço do sapato.
Algo muito sério está acontecendo nos valores dos homens, onde a vida vale cada vez menos, onde se mata cada vez mais com menos esforço, menos pruridos e sem dignidade. A civilização está gerando uma barbárie, na qual as pessoas se sentem libertas das amarras da civilidade, dos laços fraternais e prontas a matar por qualquer porcaria, um par de tênis de grife, uma religião, um ódio qualquer, uma indiferença profunda com a existência alheia. Um sentimento de incapacidade de mudar seja lá o que for, libera muitos a buscar o justo, o seu quinhão, a verdade, a divindade pelos meios que acha certo e a fazer a justiça com as próprias mãos. Que a pessoa que explode crianças e pessoas que apenas estavam no local da explosão, seja uma ameaça a todos é inegável, muito diferente é achar que disso decorre que a mesma possa ser punida, ainda que se aplique a pena de morte, ou a prisão perpétua, ou outra pena qualquer. Isso com certeza satisfará o sentimento de vingança que a maioria considera legítimo diante das injúrias praticada, mas justiça alguma será feita, mesmo porque não há justiça possível nas ações que são eminentemente irreversíveis, ou seja, tudo que envolve a morte. Para mim, tais pessoas deveriam ou ser perdoadas se mostrassem arrependimento, ou serem expulsas da comunidade humana, deixarem soltas sem que ninguém lhes dirigisse a palavra ou atenção, visto não serem dignas de confiança. Jamais sujaria as mãos para tocar tais pessoas e poderia até dar comida para não morrerem de fome, mas não palavras ou atenção.
Enfim, o terror está vencendo, a desconfiança generalizada está se disseminando por toda parte, cada vez mais somos mais vigiados, revistados, despidos de nossas coisas, porque suspeitam que possa se transformar em arma. Todo desconhecido se torna um perigo em potencial, mais do que alguém com quem criar laços de amizade. Será que esta pessoa que está na minha frente, ou ao lado, não é alguém pronta a cometer alguma selvageria? Será que aquele vizinho meio esquisito não é um terrorista disfarçado? Nada prova mais a vitória do terrorismo do que o medo disseminado, paranoico, que impera cada vez mais no coração dos homens amedrontados, a tal ponto que seremos em breve obrigados a entrar em aviões, ônibus, metrô, estádio, shows, casas noturnas nus, não para apreciarmos a nudez ou a beldade humana, mas para nos certificarmos que a pessoa não porta maldades. O fato é que tem vendedor de panela de pressão agora que está desconfiando de qualquer um que compre uma panela; se comprar duas, com certeza é terrorista.
Algo muito sério está acontecendo nos valores dos homens, onde a vida vale cada vez menos, onde se mata cada vez mais com menos esforço, menos pruridos e sem dignidade. A civilização está gerando uma barbárie, na qual as pessoas se sentem libertas das amarras da civilidade, dos laços fraternais e prontas a matar por qualquer porcaria, um par de tênis de grife, uma religião, um ódio qualquer, uma indiferença profunda com a existência alheia. Um sentimento de incapacidade de mudar seja lá o que for, libera muitos a buscar o justo, o seu quinhão, a verdade, a divindade pelos meios que acha certo e a fazer a justiça com as próprias mãos. Que a pessoa que explode crianças e pessoas que apenas estavam no local da explosão, seja uma ameaça a todos é inegável, muito diferente é achar que disso decorre que a mesma possa ser punida, ainda que se aplique a pena de morte, ou a prisão perpétua, ou outra pena qualquer. Isso com certeza satisfará o sentimento de vingança que a maioria considera legítimo diante das injúrias praticada, mas justiça alguma será feita, mesmo porque não há justiça possível nas ações que são eminentemente irreversíveis, ou seja, tudo que envolve a morte. Para mim, tais pessoas deveriam ou ser perdoadas se mostrassem arrependimento, ou serem expulsas da comunidade humana, deixarem soltas sem que ninguém lhes dirigisse a palavra ou atenção, visto não serem dignas de confiança. Jamais sujaria as mãos para tocar tais pessoas e poderia até dar comida para não morrerem de fome, mas não palavras ou atenção.
Enfim, o terror está vencendo, a desconfiança generalizada está se disseminando por toda parte, cada vez mais somos mais vigiados, revistados, despidos de nossas coisas, porque suspeitam que possa se transformar em arma. Todo desconhecido se torna um perigo em potencial, mais do que alguém com quem criar laços de amizade. Será que esta pessoa que está na minha frente, ou ao lado, não é alguém pronta a cometer alguma selvageria? Será que aquele vizinho meio esquisito não é um terrorista disfarçado? Nada prova mais a vitória do terrorismo do que o medo disseminado, paranoico, que impera cada vez mais no coração dos homens amedrontados, a tal ponto que seremos em breve obrigados a entrar em aviões, ônibus, metrô, estádio, shows, casas noturnas nus, não para apreciarmos a nudez ou a beldade humana, mas para nos certificarmos que a pessoa não porta maldades. O fato é que tem vendedor de panela de pressão agora que está desconfiando de qualquer um que compre uma panela; se comprar duas, com certeza é terrorista.
Democracia à brasileira: um prato indigesto
Poucas
coisas desagradam tanto o meu paladar como o tirânico horário eleitoral
gratuito. Entre outras coisas, dá gases e é uma ofensa à inteligência, onde se
faz publicidade de realizações torpes, mas que jamais propaga qualquer ideia
razoável de política: há apenas a grande maioria dos políticos querendo se
qualificar, desqualificando seus adversários, sendo um universo tão pouco
confiável, que, é claro, poucos respeitam os desqualificadores ou os
desqualificados. Uma tirania que nos obriga a escutar ou assistir ideias tolas,
para não dizer estúpidas, propaganda enganosa e mentiras deslavadas, como se o
direito de algum idiota querer dizer suas idiotices, torne obrigatório todos
termos que escutá-lo. Além disso, há a tirania do voto, aquela bobagem que
somos obrigados a fazer a cada dois anos, onde se gasta muito dinheiro em
coisas que acabam no lixo. Nada mais antidemocrático que ser obrigado a votar,
a não poder manifestar sua opinião política e seu desagrado de não querer
participar dessa imundice que os políticos fazem. Afora ainda o fato que o voto
é eminentemente aristocrático e não democrático, como se ilude a grande
maioria, na medida em que se escolhem os melhores, aqueles que acreditam que
tem mais idoneidade de que os demais, e o princípio democrático é o sorteio
entre todos os cidadãos iguais, igualmente aptos para governar ou ser
governado, e ninguém é melhor ou superior a ninguém para exercer qualquer
função política. A escolha de pessoas pelo voto foi uma criação aristocrática
que pressupõe uma desigualdade inerente entre as pessoas, havendo pessoas
melhores e piores, o que é uma percepção antidemocrática. Democracia tem sido
sempre algum tipo de tirania da maioria sobre a minoria, havendo inclusive um
excesso de preconceitos democráticos disseminados na cultura brasileira, que
acredita que tudo pode ser resolvido pelo voto. A verdade, por exemplo, não é
algo que se delibere por votação, mas produto de uma investigação. O certo
também não. A única coisa que se estabelece por voto são os interesses
majoritários. Interesses não são certos ou justos, é apenas manifestação de
vontades particulares ou grupais. As leis são tão somente a manifestação da vontade
geral, que nem sempre acerta, nem sempre é justa, e por vezes, nem é clara ou
honesta, e podem ser estabelecidas por votação, quando se tem pressa em
estabelecer uma norma jurídica, mais do que procurar entender o problema;
muitas vezes o problema está em querer estabelecer normas para todos ou
regulamentar a vida das pessoas dentro de um padrão comum num universo de
pessoas distintas.
O que é realmente democrático, aceitar as diferenças de pensar, sentir, dizer e agir, respeitar as escolhas pessoais antes que delimitá-las ou nivelá-las, dar espaço para as minorias se manifestarem e existir, antes de submetê-las às vontades majoritárias, aqui no Brasil nem ao menos é entendido, ainda mais aceito. Aqui a maioria decidiu a minoria tem que submeter. Qualquer tentativa de descriminalização de práticas minoritárias, que deveriam estar sob a alçada da consciência individual (e nunca sob arbítrio da maioria), como jogo, drogas, aborto, eutanásia é sumariamente proibido pela maioria, que se acha no direito de determinar o que é certo e errado para todos, e nada mais tirânico e antidemocrático do que isso. Enfim, a única coisa que restou de democrático nessa fétida democracia brasileira, que ainda não foi eliminada totalmente, é o precário direito de expressão, ainda que não forneçam meios para se expressar, sejam os meios mediáticos, sejam os recursos retóricos, findando, como ocorre com a maior parte dos direitos, sendo uma liberdade de direito, mas não de fato. É claro que qualquer um pode ir à internet e gritar para o mundo, mas como está todo mundo gritando, só poucos escutam os gritos, além do fato que virou uma banalidade protestar ou falar mal de tudo e de todos. Eis porque, daqueles que escutam, poucos levam a sério o que ouvem. Restaria ainda a possibilidade de mudar de país, o que não faço por preguiça e comodidade, pois ainda que a democracia brasileira seja tirânica e tola, como as leis não são sérias, há tanta brecha na legislação, que qualquer um faz (ou não faz, como prefiro) o que quiser. Naturalmente, isso resulta numa sociedade violenta e cara, mas como a violência pouco me atinge porque pouco tenho, e a maior parte do encarecimento social tão pouco chega perto de mim porque pouco quero, vivo tiranizado pelo horário eleitoral gratuito e pela obrigatoriedade de votar, mas no mais, como os governantes nem me notam (assim como a maior parte de nós), muito menos o Estado, risco nenhum corro. A rigor nem votar, voto, pois não preciso comprovar nada para ninguém, já que nem quero mamar nas tetas do Estado (ser funcionário público, pegar empréstimos estatais, bolsas, prestar serviços ao Estado etc.), muito menos pretendo sair do país, nem pretendo fazer empréstimos, e sei lá mais o quê se exige comprovação de quitação com a (in)justiça eleitoral, aliás, nem sabem que não tenho título de eleitor. Verdade que tiranias podem matar não apenas perseguindo as pessoas, mas sendo indiferentes aos tiranizados, porém, no meu caso, a indiferença estatal e governamental para com todos é útil e benéfica, essencial para a minha sobrevivência. O fato é que ainda que o Estado e a sociedade brasileira queiram tomar conta de tudo, pouco tomam conta de qualquer coisa, e se não prestam atenção em suas imensas cagadas, como notarão algumas pequenas bostas feitas pelos pacatos cidadãos?
O que é realmente democrático, aceitar as diferenças de pensar, sentir, dizer e agir, respeitar as escolhas pessoais antes que delimitá-las ou nivelá-las, dar espaço para as minorias se manifestarem e existir, antes de submetê-las às vontades majoritárias, aqui no Brasil nem ao menos é entendido, ainda mais aceito. Aqui a maioria decidiu a minoria tem que submeter. Qualquer tentativa de descriminalização de práticas minoritárias, que deveriam estar sob a alçada da consciência individual (e nunca sob arbítrio da maioria), como jogo, drogas, aborto, eutanásia é sumariamente proibido pela maioria, que se acha no direito de determinar o que é certo e errado para todos, e nada mais tirânico e antidemocrático do que isso. Enfim, a única coisa que restou de democrático nessa fétida democracia brasileira, que ainda não foi eliminada totalmente, é o precário direito de expressão, ainda que não forneçam meios para se expressar, sejam os meios mediáticos, sejam os recursos retóricos, findando, como ocorre com a maior parte dos direitos, sendo uma liberdade de direito, mas não de fato. É claro que qualquer um pode ir à internet e gritar para o mundo, mas como está todo mundo gritando, só poucos escutam os gritos, além do fato que virou uma banalidade protestar ou falar mal de tudo e de todos. Eis porque, daqueles que escutam, poucos levam a sério o que ouvem. Restaria ainda a possibilidade de mudar de país, o que não faço por preguiça e comodidade, pois ainda que a democracia brasileira seja tirânica e tola, como as leis não são sérias, há tanta brecha na legislação, que qualquer um faz (ou não faz, como prefiro) o que quiser. Naturalmente, isso resulta numa sociedade violenta e cara, mas como a violência pouco me atinge porque pouco tenho, e a maior parte do encarecimento social tão pouco chega perto de mim porque pouco quero, vivo tiranizado pelo horário eleitoral gratuito e pela obrigatoriedade de votar, mas no mais, como os governantes nem me notam (assim como a maior parte de nós), muito menos o Estado, risco nenhum corro. A rigor nem votar, voto, pois não preciso comprovar nada para ninguém, já que nem quero mamar nas tetas do Estado (ser funcionário público, pegar empréstimos estatais, bolsas, prestar serviços ao Estado etc.), muito menos pretendo sair do país, nem pretendo fazer empréstimos, e sei lá mais o quê se exige comprovação de quitação com a (in)justiça eleitoral, aliás, nem sabem que não tenho título de eleitor. Verdade que tiranias podem matar não apenas perseguindo as pessoas, mas sendo indiferentes aos tiranizados, porém, no meu caso, a indiferença estatal e governamental para com todos é útil e benéfica, essencial para a minha sobrevivência. O fato é que ainda que o Estado e a sociedade brasileira queiram tomar conta de tudo, pouco tomam conta de qualquer coisa, e se não prestam atenção em suas imensas cagadas, como notarão algumas pequenas bostas feitas pelos pacatos cidadãos?
sábado, 20 de abril de 2013
A fedentina da justiça
Dentre as
inúmeras incoerências humanas, a justiça merece destaque pelas injustiças que
vem promovendo nos ingênuos humanos. Contrariamente ao que afirmam a maioria
dos pensadores há milênios, não é porque temos o sentimento de justiça, ou a
desejamos, ou mesmo por sermos justo, que se criou a justiça, ou por causa de
bons sentimentos, ou porque os bons pretendem limitara o poder dos maus, mas
porque se têm medo se sofrer injustiças. Não são para as virtudes que se deve
olhar para entender a origem da justiça, mas essencialmente para a sua falta,
além dos vícios.
Foi graças às pessoas más que se criaram as leis, foi para conter a maldade ou a ganância que elas foram inventadas. E não necessariamente foram as pessoas boas que as fizeram, pois mesmo os maus não querem sofrer injustiças e têm interesse que haja justiça, apenas se acham no direito de eventualmente não praticá-la. Enfim, a justiça foi inventada porque as pessoas são injustas. Uma justiça de homens maus nunca pode dar em boa coisa.
Fossem os homens bons, honestos, não violentos e justos, então, a lei seria desnecessária. E a razão porque os homens não são assim é simples, basta por a mão na consciência e saberá quantas injustiças se escondem em nossos desejos. Ora, o certo todos sabem, tanto que só realizam as coisas erradas escondidos, clandestinamente. E assim, toda grande injustiça social decorre apenas das pequenas injustiças individuais, e jamais se consertará qualquer coisa no mundo, sem antes de consertar a si.
O fato é que, por simples e fácil saber o que é certo, não acarreta que seja fácil e simples praticá-lo, pois ainda que seja algo desejável de receber, poucas vezes parece conveniente realizá-lo. Por exemplo, ainda que o certo seja dizer o que se pensa, por vezes é preferível calar, ou então falar diferentemente do que se pensa. Assim, por desconfiança mútua, por nos acharmos incapazes de ter boa vontade de praticar o certo, e que o interesse próprio sempre pode prevalecer sobre o interesse comum, que criamos leis coercitivas para obrigar a todos, ou pelos menos a maior parte, não a fazer o certo, mas a cumprir a lei; não é das pessoas propriamente que se espera a justiça, mas do cumprimento da lei pelas pessoas. E os que não se contém e descumpre a lei, punição.
Afinal, a justiça é apenas o primitivo sentimento de vingança disfarçado, pois quando se sofre alguma injúria, deseja-se ao injusto o pior dos castigos. Eis porque muitos acham as leis brandas, já que o desejo majoritário é que o injusto morra. Não se deseja discutir o que é justo ou apropriado para aqueles que mais seguem suas inclinações do que sua razão, e não cumprem o dever da lei, querem apenas punir a pessoa por isso. Entretanto, o mal sofrido pode ter origem diversa, da ignorância, do medo, do equívoco, da insensibilidade e até mesmo da maldade; a punição, a vingança, se for eficaz, o que não acredito, só se aplica à maldade. Punir a ignorância é crueldade, visto que a ignorância já é o pior castigo que alguém pode sofrer. Punir o medo, o aumenta, não o elimina. Punir o equívoco é inútil, pois ninguém escolhe se equivocar, é algo involuntário que ocorre a todos. Punir a insensibilidade apenas aumenta a mesma. Já a maldade pode justificar a punição e a vingança, mas dificilmente a legitima.
Na realidade toda injustiça começa ao se querer estabelecer a justiça: via de regra, os mais fortes imporão aos mais fracos seus critérios, seus princípios, mas principalmente sua vontade. E é do exercício da força de uns sobre os outros, que surge a tola noção que se pode estabelecer uma justiça entre fortes e fracos, ou que haja um exercício legítimo da força, quando a força, em si, é violência, ou seja, injustiça. E como, ainda que fraco, um homem é um homem, é capaz de subjugar a força, ou enganá-la, os conflitos dos homens se estendem pelos séculos.
Desconsiderando a hipótese de alguma má índole de origem biológica, suponho que as mesmas se construam culturalmente, e assim como viemos formando índoles boas e más no decorrer dos séculos, o fato é que fundamentalmente se plasmam índoles ignorantes, fracamente ilustradas, deficientemente educadas, aptas apenas para captar tudo que o desejo lhe apresenta e não olha para nada. Construindo pessoas justas haverá justiça, do contrário, ainda que não se plasme necessariamente pessoas injustas, as mesmas agindo apenas atrás dos seus interesses, faz de quase todos pessoas interesseiras, que é o que mais promove as infindáveis injustiças que se sofre e que se pratica cotidianamente, das menores às maiores ações promovidas.
Mas o justo não pode ser estabelecido por leis; ele se estabelece em cada momento e em cada circunstância de forma diversa, eis porque as leis fedem ao querer estabelecer o certo para todos: cria o errado para muitos. Desse errado, logo se passa a ser considerado ilegítimo, para depois ser injusto, e por fim punido. De um lado a lei pressupõe uma pessoa que a entenda e que a cumpra, mas desconfiando do entendimento e da obediência de todos, estabelece também punição para os desobedientes. Por outro lado, a lei que estabelecem direitos e deveres pressupõe que todos desejam os mesmos, ou que é necessário a todos. Por fim, a lei pressupõe que os homens são incapazes de fazer o certo e o justo sem a coerção da espada que lhe acompanha. As três pressuposições estão equivocadas.
Para começar, considero a premiação mais eficaz para induzir alguém ao certo do que a punição. Deve-se contar antes com o interesse da pessoa, do que com a sua boa vontade, pois ainda que a mesma possa ser desejada, não deve ser esperada; o que move a todos são os interesses, e mesmo a boa vontade, carrega consigo algum interesse. Além disso, se pressupor que as pessoas entendam e cumpram uma norma, a mesma deixa de ser norma: o que falta é entender a norma, e não punir aqueles que não entenderam, visto que qualquer pessoa normal, se entende o espírito da lei, a necessidade e a justiça da mesma, raramente a desobedecerá. Por fim, direitos e deveres me parecem um arcaísmo feudal, de senhor e escravo. Um homem livre deve seguir suas próprias leis, não se submeter às leis externas e criar leis comuns.
Como obter pessoas justas antes de construir tribunais de justiça é uma questão elementar, é só usar a educação para ao invés de deformar os homens para serem tão somente profissionais e consumidores, e transformá-la em formadora de cidadãos da humanidade e habitantes do planeta. É óbvio que não se pode ser ingênuo que isso impedirá a ocorrência de qualquer ato injusto. Há pessoas patologicamente más e injustas que educação alguma conserta. Pessoas mesmo bem educadas podem se equivocar, podem ter ignorâncias para algumas circunstâncias ou em alguns momentos. As pessoas também podem se iludir e se enganar. A grande diferença entre uma pessoa formada para ser justa, daquela deformada para reivindicar justiça dos outros, é que a primeira tem a possibilidade de perceber o erro e agir para o seu acerto, se sente parte do processo da realização da justiça, além de recepcionar as ações alheias não como injúrias a serem punidas, mas como ignorância a ser remediada. Enquanto a segunda apenas sabe alimentar mágoas sobre supostas injúrias recebidas, e requer a força para obter alguma compensação.
Para mim a justiça de retribuir o que se recebe só é válida quando se retribui o bem, nunca o mal. O mal jamais se retribui, pois o mesmo só se anula no exercício do bem, e jamais com a eliminação de pessoas supostamente más. Quanto mais as pessoas são boas, menos pode o mal agir, e quanto mais as pessoas são mal formadas, mais o mal pode reinar, principalmente de forma involuntária.
Devemos ter em conta que a justiça tem sido sempre uma coisa que interessa aos fracos, pois como os fortes não se submetem, raramente sofrem injustiças. Mas, podem praticá-la, não por alguma maldade intrínseca, porém ao seguirem sua vontade institui seu interesse aos fracos. Há os que condenam a existência dos fortes, entretanto, se for para condenar alguma coisa, condenem-se os fracos, pois a força só pode ser exercida sobre a fraqueza, enquanto a força contra outra força se equilibram. O que faz pender a bandeja da justiça para os fortes, não é apenas a ação dos fortes, mas também a submissão dos fracos. E os fracos ao invés de buscarem ser fortes, querem limitar o exercício da força, que faz que a força extrapole os muros de contenção aqui e ali; nada que é forte tende a ficar inerte. O fraco tem medo de tudo e tudo quer proibir, limitar, controlar, submeter, procurando uma segurança inexistente, como se pudesse conter o desenvolvimento humano, a corrente dos movimentos históricos, os pulos do conhecimento e da ousadia de agir de qualquer pessoa forte, que tem coragem para saber e não tem preguiça para empreender. E por mais que se faça, o forte fará a sua justiça e não se submeterá à justiça dos fracos. Não é tanto que a justiça do forte seja tirânica, mas antes não se submetendo a nenhuma injustiça, só realiza aquilo que acha certo, e que pode ser considerado errado pelos fracos.
Todavia, só há igualdade quando nos fazemos iguais, não quando queremos que as pessoas sejam homogeneizadas pelas leis. Só há liberdade quando se exerce a liberdade; ela não é um direito, é uma opção pessoal que não se dá ou se tira. Assim como só há justiça quando se busca ser justo, mesmo que nem sempre se consiga. Leis externas aos homens, estabelecidas em constituições, ainda que possa ser considerada uma conquista da civilidade, é antes um atestado de incompetência educativa, para ensinar a agirem de forma ponderada, com leis próprias quando se trata de sua vida e seus interesses, e segundo leis de respeito mútuo, quando relacionada aos demais.
Mas, enfim, pode a humanidade algum dia ser justa? Ou talvez seja melhor perguntar, pode a humanidade deixar de ser injusta? A essa questão cada um deve dar a sua resposta. De minha parte posso garantir, antes de ser justo, procuro não ser injusto, pois achar que se pode ser justo sempre, impede de ver as injustiças que se comete involuntariamente, e procurando não ser injusto, se não sou justo, ao menos cometo menos injustiças, ou tenho essa esperança.... ou ilusão.....
Foi graças às pessoas más que se criaram as leis, foi para conter a maldade ou a ganância que elas foram inventadas. E não necessariamente foram as pessoas boas que as fizeram, pois mesmo os maus não querem sofrer injustiças e têm interesse que haja justiça, apenas se acham no direito de eventualmente não praticá-la. Enfim, a justiça foi inventada porque as pessoas são injustas. Uma justiça de homens maus nunca pode dar em boa coisa.
Fossem os homens bons, honestos, não violentos e justos, então, a lei seria desnecessária. E a razão porque os homens não são assim é simples, basta por a mão na consciência e saberá quantas injustiças se escondem em nossos desejos. Ora, o certo todos sabem, tanto que só realizam as coisas erradas escondidos, clandestinamente. E assim, toda grande injustiça social decorre apenas das pequenas injustiças individuais, e jamais se consertará qualquer coisa no mundo, sem antes de consertar a si.
O fato é que, por simples e fácil saber o que é certo, não acarreta que seja fácil e simples praticá-lo, pois ainda que seja algo desejável de receber, poucas vezes parece conveniente realizá-lo. Por exemplo, ainda que o certo seja dizer o que se pensa, por vezes é preferível calar, ou então falar diferentemente do que se pensa. Assim, por desconfiança mútua, por nos acharmos incapazes de ter boa vontade de praticar o certo, e que o interesse próprio sempre pode prevalecer sobre o interesse comum, que criamos leis coercitivas para obrigar a todos, ou pelos menos a maior parte, não a fazer o certo, mas a cumprir a lei; não é das pessoas propriamente que se espera a justiça, mas do cumprimento da lei pelas pessoas. E os que não se contém e descumpre a lei, punição.
Afinal, a justiça é apenas o primitivo sentimento de vingança disfarçado, pois quando se sofre alguma injúria, deseja-se ao injusto o pior dos castigos. Eis porque muitos acham as leis brandas, já que o desejo majoritário é que o injusto morra. Não se deseja discutir o que é justo ou apropriado para aqueles que mais seguem suas inclinações do que sua razão, e não cumprem o dever da lei, querem apenas punir a pessoa por isso. Entretanto, o mal sofrido pode ter origem diversa, da ignorância, do medo, do equívoco, da insensibilidade e até mesmo da maldade; a punição, a vingança, se for eficaz, o que não acredito, só se aplica à maldade. Punir a ignorância é crueldade, visto que a ignorância já é o pior castigo que alguém pode sofrer. Punir o medo, o aumenta, não o elimina. Punir o equívoco é inútil, pois ninguém escolhe se equivocar, é algo involuntário que ocorre a todos. Punir a insensibilidade apenas aumenta a mesma. Já a maldade pode justificar a punição e a vingança, mas dificilmente a legitima.
Na realidade toda injustiça começa ao se querer estabelecer a justiça: via de regra, os mais fortes imporão aos mais fracos seus critérios, seus princípios, mas principalmente sua vontade. E é do exercício da força de uns sobre os outros, que surge a tola noção que se pode estabelecer uma justiça entre fortes e fracos, ou que haja um exercício legítimo da força, quando a força, em si, é violência, ou seja, injustiça. E como, ainda que fraco, um homem é um homem, é capaz de subjugar a força, ou enganá-la, os conflitos dos homens se estendem pelos séculos.
Desconsiderando a hipótese de alguma má índole de origem biológica, suponho que as mesmas se construam culturalmente, e assim como viemos formando índoles boas e más no decorrer dos séculos, o fato é que fundamentalmente se plasmam índoles ignorantes, fracamente ilustradas, deficientemente educadas, aptas apenas para captar tudo que o desejo lhe apresenta e não olha para nada. Construindo pessoas justas haverá justiça, do contrário, ainda que não se plasme necessariamente pessoas injustas, as mesmas agindo apenas atrás dos seus interesses, faz de quase todos pessoas interesseiras, que é o que mais promove as infindáveis injustiças que se sofre e que se pratica cotidianamente, das menores às maiores ações promovidas.
Mas o justo não pode ser estabelecido por leis; ele se estabelece em cada momento e em cada circunstância de forma diversa, eis porque as leis fedem ao querer estabelecer o certo para todos: cria o errado para muitos. Desse errado, logo se passa a ser considerado ilegítimo, para depois ser injusto, e por fim punido. De um lado a lei pressupõe uma pessoa que a entenda e que a cumpra, mas desconfiando do entendimento e da obediência de todos, estabelece também punição para os desobedientes. Por outro lado, a lei que estabelecem direitos e deveres pressupõe que todos desejam os mesmos, ou que é necessário a todos. Por fim, a lei pressupõe que os homens são incapazes de fazer o certo e o justo sem a coerção da espada que lhe acompanha. As três pressuposições estão equivocadas.
Para começar, considero a premiação mais eficaz para induzir alguém ao certo do que a punição. Deve-se contar antes com o interesse da pessoa, do que com a sua boa vontade, pois ainda que a mesma possa ser desejada, não deve ser esperada; o que move a todos são os interesses, e mesmo a boa vontade, carrega consigo algum interesse. Além disso, se pressupor que as pessoas entendam e cumpram uma norma, a mesma deixa de ser norma: o que falta é entender a norma, e não punir aqueles que não entenderam, visto que qualquer pessoa normal, se entende o espírito da lei, a necessidade e a justiça da mesma, raramente a desobedecerá. Por fim, direitos e deveres me parecem um arcaísmo feudal, de senhor e escravo. Um homem livre deve seguir suas próprias leis, não se submeter às leis externas e criar leis comuns.
Como obter pessoas justas antes de construir tribunais de justiça é uma questão elementar, é só usar a educação para ao invés de deformar os homens para serem tão somente profissionais e consumidores, e transformá-la em formadora de cidadãos da humanidade e habitantes do planeta. É óbvio que não se pode ser ingênuo que isso impedirá a ocorrência de qualquer ato injusto. Há pessoas patologicamente más e injustas que educação alguma conserta. Pessoas mesmo bem educadas podem se equivocar, podem ter ignorâncias para algumas circunstâncias ou em alguns momentos. As pessoas também podem se iludir e se enganar. A grande diferença entre uma pessoa formada para ser justa, daquela deformada para reivindicar justiça dos outros, é que a primeira tem a possibilidade de perceber o erro e agir para o seu acerto, se sente parte do processo da realização da justiça, além de recepcionar as ações alheias não como injúrias a serem punidas, mas como ignorância a ser remediada. Enquanto a segunda apenas sabe alimentar mágoas sobre supostas injúrias recebidas, e requer a força para obter alguma compensação.
Para mim a justiça de retribuir o que se recebe só é válida quando se retribui o bem, nunca o mal. O mal jamais se retribui, pois o mesmo só se anula no exercício do bem, e jamais com a eliminação de pessoas supostamente más. Quanto mais as pessoas são boas, menos pode o mal agir, e quanto mais as pessoas são mal formadas, mais o mal pode reinar, principalmente de forma involuntária.
Devemos ter em conta que a justiça tem sido sempre uma coisa que interessa aos fracos, pois como os fortes não se submetem, raramente sofrem injustiças. Mas, podem praticá-la, não por alguma maldade intrínseca, porém ao seguirem sua vontade institui seu interesse aos fracos. Há os que condenam a existência dos fortes, entretanto, se for para condenar alguma coisa, condenem-se os fracos, pois a força só pode ser exercida sobre a fraqueza, enquanto a força contra outra força se equilibram. O que faz pender a bandeja da justiça para os fortes, não é apenas a ação dos fortes, mas também a submissão dos fracos. E os fracos ao invés de buscarem ser fortes, querem limitar o exercício da força, que faz que a força extrapole os muros de contenção aqui e ali; nada que é forte tende a ficar inerte. O fraco tem medo de tudo e tudo quer proibir, limitar, controlar, submeter, procurando uma segurança inexistente, como se pudesse conter o desenvolvimento humano, a corrente dos movimentos históricos, os pulos do conhecimento e da ousadia de agir de qualquer pessoa forte, que tem coragem para saber e não tem preguiça para empreender. E por mais que se faça, o forte fará a sua justiça e não se submeterá à justiça dos fracos. Não é tanto que a justiça do forte seja tirânica, mas antes não se submetendo a nenhuma injustiça, só realiza aquilo que acha certo, e que pode ser considerado errado pelos fracos.
Todavia, só há igualdade quando nos fazemos iguais, não quando queremos que as pessoas sejam homogeneizadas pelas leis. Só há liberdade quando se exerce a liberdade; ela não é um direito, é uma opção pessoal que não se dá ou se tira. Assim como só há justiça quando se busca ser justo, mesmo que nem sempre se consiga. Leis externas aos homens, estabelecidas em constituições, ainda que possa ser considerada uma conquista da civilidade, é antes um atestado de incompetência educativa, para ensinar a agirem de forma ponderada, com leis próprias quando se trata de sua vida e seus interesses, e segundo leis de respeito mútuo, quando relacionada aos demais.
Mas, enfim, pode a humanidade algum dia ser justa? Ou talvez seja melhor perguntar, pode a humanidade deixar de ser injusta? A essa questão cada um deve dar a sua resposta. De minha parte posso garantir, antes de ser justo, procuro não ser injusto, pois achar que se pode ser justo sempre, impede de ver as injustiças que se comete involuntariamente, e procurando não ser injusto, se não sou justo, ao menos cometo menos injustiças, ou tenho essa esperança.... ou ilusão.....
sábado, 13 de abril de 2013
Declaração Universal dos Deveres Humanos
É com certo tédio e asco que constato que desde a Revolução
Francesa até hoje tem se tentado instituir os Direitos Humanos. Deixando de
lado as boas intenções que isso envolve, e o fato que aqui ou ali haja maior ou
menor respeito aos mesmos, o fiasco na sua plena obtensão se deve
essencialmente por ser o direito um fim fácil de entender e mais fácil ainda de
desejar, todos querem, sem perceberem que todo fim necessita de meios para
serem obtidos. Ou seja, um direito aqui exige um dever ali, não havendo direitos
se não houver antes o cumprimento dos deveres: antes que ausência de direitos,
que é uma consequência, a humanidade sofre por descumprimento dos deveres. Enfim,
as pessoas precisam ser educadas para entenderem os deveres, assim como
desejá-los, antes que sair por aí bradando por direitos, que muitas vezes são
tão somente privilégios. É preciso aprender que há beleza, prazer, felicidade e
satisfação no cumprimento dos deveres, do contrário, podemos caminhar para uma
triste tirania dos direitos.
Assim, no intuito de contribuir com esse processo educativo da humanidade para os deveres e do alto da minha insignificância digna, venho propor essa singela Declaração Universal dos Deveres Humanos, esperando com isso fornecer instrumental necessário para se iniciar um processo educativo de crianças e adultos, menos infantil e que atende apenas os desejos, por uma educação madura que desenvolva a responsabilidade por si e por todos os demais, como membros da humanidade. Antes de cobrarmos o cumprimento dos direitos, deve-se exigir a realização dos deveres, só assim os direitos reinarão.
Naturalmente, ao se cumprir com os deveres
humanos, os direitos humanos aflorarão espontaneamente, e a luta para a sua
implantação não mais será necessária, substituindo a coerção e punição legal
para o respeito do direito, pela força da inteligência direcionando a vontade
esclarecida. A luta pelos fins tem que ser conjunta com a luta pelos meios, e
não se pode desejar o fim – o direito, sem desejar igualmente os meios – os deveres.
No mais, apenas esperar que a humanidade de um salto ético e não apenas
quântico.
Assim, no intuito de contribuir com esse processo educativo da humanidade para os deveres e do alto da minha insignificância digna, venho propor essa singela Declaração Universal dos Deveres Humanos, esperando com isso fornecer instrumental necessário para se iniciar um processo educativo de crianças e adultos, menos infantil e que atende apenas os desejos, por uma educação madura que desenvolva a responsabilidade por si e por todos os demais, como membros da humanidade. Antes de cobrarmos o cumprimento dos direitos, deve-se exigir a realização dos deveres, só assim os direitos reinarão.
1. Todo ser
humano tem o dever de preservar a vida humana, animal, vegetal e mineral, assim
como a própria vida, não sendo um parasita social, esbanjador, destruidor ou
porcalhão.
2. Todo ser
humano tem o dever de ser honesto no que diz e nas suas trocas, não se
admitindo a desonestidade nem com os desonestos, nem para preservar a própria
vida.
3. Todo ser
humano tem o dever de lutar e defender a justiça, a liberdade e a paz.
4. Todo ser
humano tem o dever de respeitar a forma de viver, pensar, sentir e agir alheia,
quando a mesma não ameace ou desrespeite ninguém, e seja realizada voluntariamente,
nem esteja obrigando nada a ninguém.
5. Todo ser
humano tem o dever de participar virtuosamente da vida política e cultural de
sua nação, de forma a contribuir para o aperfeiçoamento e emancipação própria e
dos demais. A omissão e a apatia são condenáveis como infantilidade e
desresponsabilização para com a humanidade.
6. Todo ser
humano tem o dever de ser fraterno, solidário, hospitaleiro e tolerante.
7. Todo ser
humano tem o dever de tentar se aperfeiçoar e se esforçar por ser uma pessoa
melhor.
8. Todo ser
humano tem o dever de perdoar quando o outro mostra arrependimento.
9. Todo ser
humano, se rico, tem o dever de ser liberal com seus bens e contribuir com a
comunidade, com as artes e com as ciências; se pobre, envidar esforços para
adquirir independência financeira e autonomia.
10. Todo ser
humano tem o dever de respeitar as diferenças de gênero, de idade, de cor, de
etnia, aspectos físicos, até mesmo as deficiências.
11. Todo ser
humano tem o dever de ter a preocupação de ser bom antes de cobrar bondade
alheia.
12. Todo ser
humano tem o dever, na procura dos seus interesses, de medir, calcular, julgar
e tentar perceber se os mesmos não prejudicam alguém ou não se contrapõem ao
interesse comum.
13. Todo ser
humano deve buscar a emancipação de todo ser humano, desde a mais tenra
infância, criando condições para o desenvolvimento pessoal de todos.
14. Todo ser
humano tem o dever de ajudar o próximo, exercitando a piedade e a caridade.
15. Todo ser
humano tem o dever de não cobiçar mais do que precisa, nem desperdiçar o que tem.
16. Todo ser
humano tem o dever de não matar, não mentir e não roubar como uma obrigação da
racionalidade, e não apenas como um mero limite legal.
17. Todo ser
humano tem o dever de procurar praticar seus deveres com tanto fervor quanto
deseja usufruir seus direitos.
18. Todo ser
humano tem o dever de mais do que respeitar os direitos humanos, contribuir
para o seu aperfeiçoamento, envidando esforços para torná-los princípios de
ação e reflexão, antes que fins interesseiros de pessoas desejosas de
privilégios e regalias.
19. É dever
de todos não ser uma ameaça a ninguém, seja do ponto de vista físico, moral, psíquico
ou espiritual.
20. Todo ser
humano tem o dever de lutar por ser justo, antes de lutar por justiça.
21. Todo ser
humano tem o dever de ousar saber ou buscar a verdade, tendo coragem de
abandonar antigas verdades, assim como não ter preguiça para buscar novas, pois
que todo conhecimento necessita de algum esforço.
22. Todo ser
humano tem o dever de fazer uso adequado do seu entendimento, buscando entender
o outro, antes do que condená-lo.
23. Todo ser
humano tem o dever de procurar estabelecer uma harmonia entre a vida individual
e a vida coletiva.
24. Todo ser
humano tem o dever de se autoeducar desde a infância até o fim da vida, buscando
se conhecer melhor e fugir da ignorância, das superstições e dos medos.
25. Todo ser
humano tem o dever de morrer pela verdade, pela liberdade, pela justiça e pela paz, sem com
isso adquirir qualquer direito de matar por essas causas.
26. Todo ser
humano tem o dever de entender que é sempre preferível sofrer o mal que
praticá-lo, e que deve mais lamentar o mal realizado, que o mal sofrido.
27. Todo ser
humano tem o dever de respeitar a religiosidade ou a falta de religiosidade,
pois que são questões indiferentes, desde que a pessoa seja justa.
28. Todo ser
humano tem o dever de estabelecer deveres para si próprio e para os demais,
desde que não seja por imposição ou tiranicamente.
29. Todo ser
humano tem o dever de se esforçar por sua felicidade, sem esperar dos demais
sua obtensão.
30. Todo ser
humano tem o dever de se esforçar com o fim dos deveres, e que tudo de certo e
justo seja apreendido por exercício intelectual e criação de disposições nas
pessoas, mais do que por algum tipo de obrigação ou coerção.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Da série pensamentos evacuados
Os homens, em geral, se têm em tal conta, que
qualquer elogio parece merecido, e qualquer crítica parece ofensa. É que a
vaidade é muita e a sabedoria pouca, eis porque as pessoas querem mais honras
que as merecidas, mas ao fim se satisfazem com algum dinheiro. É claro, tudo
que tem preço não vale nada.
A crise contemporânea
Afirmam que estamos em crise. Não apenas uma
crise econômica, o que é usual e cíclica, mas uma crise de valores, morais, de
costumes, da família, da religião, das instituições, da política, enfim, uma
crise geral, ampla e irrestrita. Mas, em que momento a humanidade não se
lamentou de crise, do fim de uma cidade, de uma região, de um império, de uma
época, da juventude não querer seguir os antigos costumes? Estar em crise é a
situação por excelência que a humanidade sempre se encontra. E nem poderia ser
diferente: cada novo indivíduo que adentra ou surge nesse mundão que cada vez
mais se estreita com o contato mútuo, pode engendrar novidades, questionar o
antigo. Ainda que se nasça num mundo já feito, cada um de nós é capaz de inaugurar
coisas que modificam tudo, até mesmo os valores. Afinal, por que as novas gerações
deveriam seguir a viver segundo padrões das gerações anteriores, principalmente
ao se constatar as tolices dos antigos, seus preconceitos, suas superstições e
medos? Deve o novo ficar escravizado às deliberações anteriores à sua
existência? Deve o homem contemporâneo se subordinar aos valores dos
antepassados? Pode uma geração escravizar a próxima com suas determinações, ou
não deve, ou pode, os novos vislumbrar novos horizontes e engendrar algo diferente? O fato é que só vê
crise quem acredita que as mudanças não devem existir, ou acredita que qualquer
mudança é para pior, ou ainda aqueles que temem perder seus privilégios ou
postos sociais, ou a autoridade, o poder, ou o dinheiro. Mudar é bom, importante,
necessário e sinal de algum tipo de racionalidade, capaz de perceber os
equívocos passados e agir para, senão consertar os erros, procurar outro
caminho onde se evita velhas receitas para problemas novos. O que sempre
ocorreu e ocorre é que o novo sempre assusta, pois mesmo não questionando o
antigo diretamente, impõe modificações no sentir, pensar e agir, e o que
parecia sólido e estabelecido aparecem com sua face real, como algo mutável, questionável,
transformável, como tudo que se relaciona com o ser humano. A única coisa
imutável é a mudança, não como uma obrigação, mas como uma consequência
necessária do aprendizado humano.
terça-feira, 9 de abril de 2013
Minha descrença é mais profunda
Há aqueles que não acreditam em cristo, o que
para mim é indiferente sua existência ou não, visto que tirando os cristãos,
ninguém leva a sério esta estória de messias. Não acredito é em cristão. Naturalmente,
inúmeros professam supostamente sua crença, sua fé, essa coisa meio primitiva
que a humanidade carrega como um arcaísmo persistente, nesse ser, porém poucos
de fato levam a sério ou a risca o que promulgou. Em primeiro lugar, a morte é
um bem, nos aproxima de deus, quando os mortais se livram da carne sedenta e
pecaminosa sempre a cobiçar o que não deve, ou mais do que deve, e a alma,
liberta do corpo e suas nefastas inclinações, adentra no paraíso. Sendo assim,
ao matar um cristão não se faz mal a ele, pois o aproximamos de deus, o que de
forma alguma é um mal, a estar certa a tradição cristã. Nem fazemos mal a sua
família e dependentes, sendo eles cristãos, pois todos deveriam sentir que foi
uma melhora, uma ascendência da indecência humana pecaminosa que beneficiou o
falecido. E o que deveriam sentir essas pessoas que perderam o ente querido? Raiva?
Não! Pena! Piedade, isso é que manda o cristianismo sentir com os que praticam
o mal. Mas, não! Não um mal contra outro, mas contra si mesmo, pois o assassino
comete um mal contra si mesmo (ainda que tenha matado outro), e a estar certa a
tradição, arderá no inferno. A morte nunca prejudica o morto. Além disso, como
diz os textos supostamente sagrados, não se pode fazer mal a alguém protegido
por deus. Logo, o que um bom cristão deve sentir? Pena, ser caridoso com alguém
que sofrerá eternamente o mal cometido. Deve os cristãos julgar outros cristãos
ou homens? Não! O julgamento é prerrogativa de deus, que pode até perdoar um
assassino, desde que o mesmo mostre arrependimento. E como poderá os homens
condenar se deus pode perdoar? Em segundo lugar, instrui os mandamentos que o
cristão seja caridoso e que trate a todos como irmãos, mesmo o estranho, o
diferente, até os adversários, e mesmo o mal deve ser retribuído com o bem, e
até mesmo um bandido deve ser tratado como um irmão a ser convertido, e não um “satanás”
a ser condenado. Em terceiro lugar, manda que se morra pelo certo e justo, mas
que jamais se mate por eles, que não se deve matar nem em legítima defesa, pois
o único que pode tirar a vida é deus. Poderia continuar a enumerar outros
inúmeros princípios cristãos e revelar como os autointitulados cristãos nem de
longe cumprem, ou querem cumprir, ou até mesmo pensam a respeito; acreditam que
ir na igreja, engolir hóstias, ou rezar é suficiente para serem considerados
crentes. Quando vejo quase todos cristãos temerem a morte, saírem por aí a
condenar os comportamentos diferentes dos seus, a quererem proibir os demais de
seguirem suas crenças, a professarem e praticarem o que acreditam, condenando
tudo como obra de satanás, vejo que cristo é apenas o pretexto para exercerem sua
arrogância de saberem o que é certo para todos, ou pior ainda, consideram que
sabem o que deus quer e são seu porta voz. Deus mandou serem tolerantes, mas a
maioria dos cristãos é intolerante; deus mandou não matar, mas a maioria dos
cristãos acha que pode matar nas guerras, pela polícia ou em legítima defesa,
ou por alguma causa “justa”; deus mandou ser caridoso, não dando esmolas, mas
ajudando quando possível, sendo tolerante quando necessário, sendo justo não
julgando, mas entendendo; deus ordenou que sejam piedosos até mesmo com os
injustos e os maus. Enfim, o que a mensagem de cristo diz e o que os homens
fazem, interpretam, deturpam, pervertem, subvertem e sei lá que mais coisas
feias fazem com uma mensagem, tola, utópica, é verdade, mas que não deixa de
ter alguma civilidade, é algo que deveria ser levado mais a sério pelos
cientistas sociais. Eu que não sou cristão fico apavorado com as interpretações
que fazem do texto bíblico, que por mais tolo que seja, as pessoas conseguem
torná-lo ainda estúpido.
sábado, 6 de abril de 2013
O pastor deputado, o deputado pastor, ou nem um nem outro, apenas o ofensor Marco Feliciano
O Sr. Marco Feliciano é uma figura interessante.
Quando expressa seus preconceitos e ofende os demais cidadãos, se defende ora
na liberdade de religião, ora na imunidade política, arrogando-se privilégios
que falsamente denomina direito de expressar sua opinião tola. Se ofende alguém
ou algum setor social, defende-se alegando que fala como pastor; se é imoral,
alega a imunidade parlamentar para não ser punido pela opinião difundida. Para mim,
esse senhor não serve nem para ser pastor, pois não evangeliza as pessoas,
antes julga e condena os que professam outras crenças como satânicos e
malignos, muito menos serve como deputado, pois que usa do cargo público para
defender os interesses privados de sua igreja. Nem ao menos acredito que seja
cristão, pois sem piedade e misericórdia condena os supostos pecaminosos, ou
seja todos que não se ajoelham na sua igreja, quando deveria antes ter pena;
até onde li da Bíblia, Cristo diz: “Perdoai, eles não sabem o que fazem!”, e
não “Condenai, é tudo agente de satanás!”. Para ser honesto, não conheço cristãos
de fato, apenas farsantes prontos a condenar e jamais perdoar as ofensas (ou
supostas ofensas, pois a pessoa pode se sentir ofendida sem ter sido) recebidas;
a condenar antes de ser piedoso, de cobrar antes de ser caridoso, e a prova
mais concreta da falta de crença dos cristãos, quase todos temem a morte, nada
mais anticristão. De resto, devo dizer que o Sr. Feliciano ofende antes de tudo
a minha inteligência com sua opinião, suas posições políticas e religiosas, e
com sua imoralidade de se esconder atrás de prerrogativas legais, para cometer
suas ilegalidades opinativas, de usar o poder legislativo para impedir os
demais, minorias ou não, de adquirir direitos para também realizar sua vida
segundo suas crenças, assim como ele o faz, mas que ele quer impedir que os
demais façam.
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