terça-feira, 21 de junho de 2011

Inconsistências mentais

Se somos todos iguais, por que temos que aprender a conviver com as diferenças? Ou não somos iguais ou nossas diferenças de alguma forma nos igualam, ou o problema seja que ocorram os dois ou nenhum deles. Nem somos tão diferentes em nossas singularidades quanto gostaríamos, nem somos iguais em nossas potencialidades como almejamos. A igualdade parece mais uma ambição que uma efetividade. E, no entanto, sou grato às diferenças que me permite ser como sou, um bosta, é verdade, mas que assume suas cagadas e posso falar das merdas dos demais com liberdade e autonomia, de uma distância prudente por não estar participando apenas como mais um, mas, fundamentalmente, como menos um. E com certo desprezo pelo que fazem com a vida, uma atividade meramente econômica, fico sobrevivendo com suas sobras, que são muitas, tamanho o desperdício, enquanto vou falando da fedentina de muitas das ações que avisto espantado do alto da minha ignorância, que não é tanta para não se perceber também ignorante. Talvez, a igualdade não passe de um velho conceito esgarçado pelo uso e não se refira a nada possível ou mesmo almejável. De fato, poucos gostam de ser tratados como um qualquer, todos querem alguma distinção, todos almejam sair do lugar comum onde está a maior parte de nós pessoas comuns. De minha parte, posso garantir, aprecio as diferenças, e a igualdade me parece uma ilusão. Nem diante da lei somos iguais, tudo depende muito do dinheiro para as coisas tramitarem de formas diferentes. Eis porque ando razoavelmente distante da legalidade ou da ilegalidade, trafegando pelas suas brechas, por aquilo que não foi legislado; as leis pouco valem para aqueles que não sabem dos seus direitos ou não luta pelos mesmos, o que não é o meu caso, que nem esses direitos medíocres quer; para mim que não tenho negócios, de pouca serventia são. Sei que no fundo só conto comigo mesmo para defender-me seja do que for, o que me torna igual a todos, mesmo que muitos não saibam.

3 comentários:

  1. Somos "iguais" a todos, teoricamente falando, perante a lei, como cidadãos.
    Mas como vc falou, isso não acontece na prática.
    Mas somos diferentes como indivíduos.
    Temos características diferentes, personalidades diferentes, caráter diferente, vontades diferentes, nomes diferente, enfim, temos inúmeras diferenças como indivíduos.
    Será que está ai o grande conflito?
    Essa vontade do individuo querer ser diferente, sendo teoricamente todos iguais, mas todos impreterivelmente tão diferentes acaba conseqüentemente dando merda?

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  2. Uns pensam, outros riem, talvez não sejamos todos tão iguais assim...

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  3. Agora uma coisa não podemos negar:
    Pensando ou rindo todos fazemos merda e fedemos igual :)
    Mas é claro o "cheiro" do outro é sempre menos suportável...

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