segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Melhorar o mundo melhorando a si próprio

Não existe coisa melhor e mais benéfica para todos do que se esculpir de forma mais sábia; a melhora de si cria pessoas melhores à sua volta, que por sua vez vão se associando a mais pessoas que serão melhoradas, até que se criam grandes círculos virtuosos no seio social. Quem quiser consertar o mundo, tem que antes consertar a si, pois boa parte dos problemas estão em nós mesmos, e que, no frigir dos ovos, atualmente, se reclama mais da falta do supérfluo do que do necessário. Enquanto a perda do poder econômico for mais importante que a perda de virtudes éticas, que os fins financeiros suplantem os fins sociais ou individuais da humanidade, que dívidas a serem pagas forem mais importantes que aposentadorias, o mundo caminhará para a sua insolvência e na descrença coletiva de um interesse comum. Mais do que salvadores da pátria, uma abstração para os tempos globalizados, precisa-se de pessoas que busquem ser razoáveis, e se puder, ensinar os demais com quem convive a assim proceder. Ora, se querem baratear a dívida pública, cortem os custos dos exércitos, preferivelmente, acabem com as operações militares, e se perceberá quanto dinheiro se desperdiça com instituições arcaicas, que criam enormes dívidas, mas não promovem nenhuma forma de sanar o túnel infindável dos seus gigantescos custos. Os exércitos nacionais, hoje em dia, mais do que uma garantia de soberania de uma sociedade civil e de um espaço territorial, são uma ameaça a paz regional (pois quando um país se arma, seus vizinhos tendem a fazer o mesmo), a paz internacional e as sociedades civis sempre ameaçadas por quarteladas, caso se mexa no orçamento militar elástico e avantajado, afora o imenso custo social. Desarmar deve ser o lema, não apenas um desarmamento da sociedade civil, dos membros particulares da sociedade, mas do Estado, uma tomada de posição pela paz interna e pela concórdia externa. Coloquemos claramente que não somos ameaça a ninguém, mas nem por isso aceitaremos ou acataremos qualquer ameaça, pois ainda que não matemos pela liberdade, morreremos por ela, se preciso for. Desarmem principalmente o espírito dos preconceitos, das receitas prontas, do exemplo do passado, ou dos outros; é preciso inventar algo próprio. O grande tirano a ser morto, na maior parte dos casos, está dentro da própria pessoa. A grande mudança não está apenas na ação, mas na recepção da ação alheia e própria. Não basta agir bem, é preciso não querer punir quem age mal, pois o justo deve transcender a arcaica vingança primitiva. O que melhor fiz e faço pelo mundo é me fazendo como sou, uma pessoa que discute a vida aonde for e com quem esteja, não buscando seus enigmas, todos eles falsos ou tolos, quando não os dois simultaneamente, mas revelando a tolice diária das intermináveis filas que as pessoas domesticadas esperam pacientemente (ou não) a sua vez de serem atendidas. E se querem aumentar a arrecadação estatal, descriminalizem as drogas, o jogo, a prostituição, o aborto; além de aumentar a arrecadação com os impostos sobre tais produtos e serviços, não se gasta com a sua proibição e perseguição inútil. Enfim, se querem dinheiro para pagar as dívidas, arrecadem de quem só dá custo social, até o momento, e economize com o corte do custo com a proibição dessas atividades hoje clandestinas. Se não são as virtudes que podem nos salvar, os vícios pelo menos podem amenizar as dores dessa vida cujos ganhos não deveriam ser apenas financeiros. Não foram as proibições que amenizaram os costumes, ou eliminaram os vícios, mas a regulamentação daquilo que pertence a privacidade das pessoas que torna possível o convívio, e a tolerância com os vícios que não devem ser vistos como crimes ou pecados.

4 comentários:

  1. OASS, parece fácil o que sugeres. Mas estamos todos tão corrompidos pelo sistema que ajudamos a ser implantado, que o que escreves mais parece um sonho... Nem sinto vontade de acordar!


    Plantar árvores nas ruas, ler e conviver com os seus dois bichinhos, de estimação, tem feito, à você, um grande bem.

    ResponderExcluir
  2. As pessoas têm medo de perder e não percebem que já estão perdidas....... Chute o luxo para fora da vida e já verá que grande economia. Depois vai chutando tudo mais...... Chegará o momento que perceberá que não perdeu grande coisa e que ganhou tempo de vida. Daí ao invés de passar apressada pela vida, passeará por ela.

    ResponderExcluir
  3. Eu fiz isso, e mantenho o que considero necessário. Sou uma dessas pessoas que tem medo de perder: o meu cãozinho, as pessoas que amo, a minha paz, as minhas plantas e flores... Por isso vou cuidando do que tenho e dando valor. Para manter as coisas que gostamos, temos que trabalhar e fazer parte do sistema. Não importando se pelo luxo ou se pelo necessário. Há que se "envolver".
    Falando na linguagem do OASS: se ficarmos o bicho come, e se corrermos o bicho pega. Então caminho... que talvez dê na mesma M.!

    ResponderExcluir
  4. Experimente a vida. Ria, chore, arrisque, perca, ganhe... Viva intensamente, e viva melhor. Faça, torne a sua existência algo valioso para você e para a humanidade. Uma boa forma de começar isso é amar... Então coloque mais amor em sua vida e conheça quão maravilhoso pode ser viver de verdade. Nas palavras do grande poeta Vinicius de Morais: “Quem já passou por essa vida e não viveu pode ser mais, mas sabe menos do que eu. Porque a vida só se dá pra quem se deu. Para quem amou para quem chorou para quem sofreu. Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não. [...] esse não vai ter perdão.”

    ResponderExcluir