quinta-feira, 4 de outubro de 2012

um homem só ou só um homem


Sem dúvida, por ser um celibatário, nem sempre tenho a possibilidade de me relacionar com mulheres, pois estas ambicionam, sempre e invariavelmente, o casamento, o que sabem que não obterão comigo. Naturalmente, um celibatário não necessariamente é um assexuado como usualmente se pensa, apenas é alguém que se recusa a contrair o matrimônio. No meu caso, não acho saudável, além de considerar uma instituição cultural arcaica. De um lado, as mulheres educadas para buscar um macho provedor, hoje já se contentam de só encontrarem um macho, ainda que parasita. Enquanto eu, que mal consigo ser um homem, não ousaria ser um macho, pois ainda que considere o homem um animal, e não dos melhores, creio que não deva nem ser um animal selvagem, muito menos um animal doméstico, mas um animal livre a perambular na busca dos interesses que se autoinstituiu, e não acho digno disputar mulheres e territórios como um bicho qualquer: acredito que o homem tem mais o que fazer com seus neurônios do que ficar em brigas de hormônios. Por outro lado, considero o amor um sentimento inatingível depois de se ter algum tipo de compreensão mais refinada, obtida visitando filósofos, antropólogos, psicólogos, artistas e observando a história da humanidade, repleta de maus exemplos. De todos os sentimentos, o amor, sem dúvida, é o mais intestinal, onde mais se faz cagadas, onde mais se toma no cu. Que haja aqueles que defendam ou mesmo acreditam que é um sentimento nobre, eterno ou que haja virtude nele, não me espanta, o que me espanta é como as pessoas ainda caem nessa ingenuidade e simplismo dos sentimentos humanos, imaginando abnegação onde há exclusão, quando não mera possessividade.
Parece óbvio que, com esse tipo de opinião, tenho servido apenas às mulheres carentes, para não dizer desesperadas, muitas com intuito vingativo, que não considero justo, mas é humano, sabedoras da minha prática do sexo casual, o que muitas vezes acaba no bem pouco eventual. Verdade que já ocorreu de algumas mulheres se apaixonarem por mim, de ser cobiçado, mas logo se dão conta da luta inútil que seria tentar me distanciar dos meus princípios filosóficos, da minha busca incessante da verdade e do certo, e do meu horror intestinal ao casamento e a família, uma doença a ser superada. Verdade também que nunca fui um grande amante para que se insistisse tanto para comigo ficar; se virtudes tenho, estas não se encontram nesse campo tão complexo e minucioso, ainda que também não tenha vícios, encontrando-me no campo dos moderados. Todavia, de forma alguma espero que as pessoas concordem comigo, conto antes e sempre com a tolerância dos demais.
De resto, quando carente estou de práticas sexuais, não me furto à prática masturbatória, este eterno recurso para a nossa autonomia; além de um anticoncepcional excelente e seguro, não se transmite doenças sexuais e revela sinal de independência e maturidade, o que permite a muitos que saiam à rua sem ser em busca de saias ou calças, e apenas para tirá-las. Creio que muito da minha autossuficiência se deve a essa prática milenar, que não poucos filósofos, se não defenderam, praticaram. A verdade é que a filosofia tem alguma coisa de masturbatória.....

2 comentários:

  1. Senhor celibatário e recluso da sociedade… Vives tão solitário, tão para dentro de ti mesmo, que não percebestes as mudanças no mundo.
    As mulheres não querem mais relacionamentos sérios a ponto de um casamento.
    Poderia escrever-lhe um texto imenso, contando como vai a vida aqui fora… Nossa! Você não tem idéia de como a coisa se modificou. Nem sei se devo, mesmo, contar-lhe pois você ficaria chocado, acredito eu.


    À parte do texto, quero que saibas que fostes para mim, um amigo muito querido e, as vezes lembro de você, com saudades. Espero que estejas bem e feliz. E roçando bastante, como gostas.
    Beijo do coração.

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  2. eu, recluso da sociedade? quem me dera. vivendo solitário? como se pudesse me livrar das pessoas e não sentir a fedentina que exala sem que precise sair de casa. não, cara senhora, sou apenas um atento observador que percebo como as mulheres se enganam e, por vezes, gostam de ser enganadas. de resto, não escreva um texto imenso falando das mudanças, não é preciso mais que um parágrafo, e isso se quiser ser detalhista, pois o que mudou é que a mulher tem mais direitos que lhe dão mais deveres, além daqueles que já tinha....

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