Fiquei
afastado de tudo e de todos nos últimos tempos. Tinha o que pensar. Sai por aí
a viajar. Fui ver o mar e a montanha, o campo e as cidades. Nem é preciso que
se diga que a tristeza e a alegria é a mesma em toda parte, assim como as bostas,
muito comum quando se trata do humano. Sei que falta não fiz, pois não pediram
que retornasse aos meus escritos excremetais, muito menos sentiram minha
ausência. Meus poucos leitores ou leitoras já cansados do meu repugnante humor,
creio, ficaram aliviados com o meu aparente sumiço; pelo menos, das minhas
merdas estavam livres, ainda que a merda da vida não se livre, a não ser se
morrerem, o que seria outra merda. Enfim, constatado que falta não faço, que
não há leitores para os meus escritos, mais convicções tenho para continuar a
escrever e atuar no espaço da internet, esse lugar que cabe todos e não
pertence a ninguém, pois o que evacuo não ocupa mais que um mínimo espaço na
memória de um computador. Aliviado estou por não precisar mais derrubar árvores
para escrever minhas bostas, e com a consciência tranquila porque não tiro o
sono dos leitores ou leitoras, que a rigor, não tenho, mas que se tiver, não terá
que pagar merda alguma para ler meus urânicos excrementos.
Quanto à minha viagem, foi de estudo,
autofinanciada à base de favores e amizades que permitiram ir por aí, em busca
de novos saberes e novos contatos. Descobri pouca coisa ou mesmo nada. Tudo é
muito igual por toda parte, as mesmas músicas, as mesmas vestes, os mesmos
pratos, e os passeios também são bastante semelhantes. Vi festas de batizados
que mais pareciam de casamento, e vi festas de casamentos que exalavam tristeza;
vi velórios alegres e nascimentos trágicos. De fato, não conheci ninguém
suficientemente sério para depositar alguma credibilidade, ainda que tenha
visto inúmeras pessoas simpáticas. De tudo, o que mais me chamou a atenção, é
que há tão pouca coisa que me chame à atenção no que as pessoas fazem ou
pensam. Todavia, tenho que admitir, arejei as vistas e a mente, e agora tenho
ânimo redobrado para a minha evacuante tarefa de expor os odores fétidos da
convivência humana desarmônica. E é fácil perceber que o que temos de mais
fedido no momento são as eleições municipais, pois um candidato é um bosta, o
outro uma merda, aquele outro um excremento, este outro um coco, e há ainda o
mais refinado que é uma fezes. Enfim, o melhor não presta, visto que o melhor,
no caso, é o que faz o pior.
Aqui se evacuam idéias e comentários sobre a porcaria humana
terça-feira, 25 de setembro de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Breves palavras a respeito das mulheres
A mulher,
todos sabem, além de não serem econômicas em seus comentários, nem se
caracterizarem pela brevidade, é inferior ao homem, mesmo o homem não sendo
superior a nada, muito menos a mulher. Verdade que nenhum dos dois vale grande
coisa e que isso possa ser considerado ofensivo, quando é apenas realístico. A inferioridade
é uma condição histórica, cultural, para não falar na mais evidente, a condição
econômica. Mas, se enganam aqueles que consideram que com isso a mulher perde
para o homem; de fato, os dois são perdedores e estão perdidos. Se colocar em
inferioridade faz com que a mulher receba o benefício do exercício do apelo à
piedade, coisa que o homem não pode exercer sem que sua masculinidade seja
colocada em dúvida, pois que se espera de um “suposto” superior que arque com a
custa e as penas de terem que carregar o ônus da existência. Além disso, a
mulher, como qualquer sobrevivente, aprimora suas armas e defesas: a sedução, a
submissão (mais encenada que concretizada) e a conquista. Evidentemente que
isso assim se torna porque a própria linguagem humana acaba privilegiando um em
detrimento do outro, visto que foi elaborada principalmente no universo
masculino, ainda que a mulher fale mais. Ora, por que somos humanos e não
mulheranos? Por que queremos o humanismo e não o mulherismo? E a luta pela
igualdade é a mais descarada submissão ao universo masculino, afinal de contas,
por que ser igual ao medíocre homem, sem dúvida, um bosta? Se for lutar por
alguma coisa, as mulheres deveriam lutar por serem superiores, o que não
exigiria grande esforço devido à rasura masculina. Entretanto, se certo houver,
deveria querer ser diferente, sem luta ou competição. Por fim, mas não menos
importante, as mulheres tem um custo social maior que o masculino, afinal de
contas, há os absorventes, os sutiãs e toda infinidade da parafernália
feminina, inventadas para se escravizarem aos cremes de beleza e operações
plásticas, além de infinidade de roupas e sapatos, para não falar do shampoo,
perfumes e adereços. Ainda que vários homens tenham aderido a alguns hábitos
femininos, da depilação às operações plásticas, mesmo assim, parece pouco
provável vê-los por horas num secador de cabelo (fritadores de cérebros), ou
tanto quanto ficam diante da TV vendo ridículos jogos de futebol. Enfim, homens
e mulheres que não se entendem e brigam até por um pires quebrado, se ajeitam,
cada um, sempre que possível, trepado no ombro do outro. Com isso dito, pode
parecer que esteja acima de todos, o que não é verdade, só não estou abaixo,
nem no mesmo nível, apenas que não tenho nível, nem devo ser nivelado. O fato é
que quanto mais conheço mulheres e homens, mais aprecio os vegetais.
Cobiçar ou não cobiçar, eis a bosta!
Cobiçam as planícies e as montanhas, as veredas
e os vales, os desertos e os pântanos, os rios e os oceanos, o solo e o
subsolo, a água, o ar e a terra, até mesmos nossos sonhos e nossas
expectativas. Cobiçam pessoas e coisas, gente e animal, além do vegetal e do
mineral. Cobiçam o presente e o futuro, os vícios e as virtudes, as verdades e
as falsidades, nossos pensamentos e sentimentos, nossos desejos e nosso
desejar. Cobiçam a mulher ou o homem do próximo e do distante. Cobiçam tudo e
todos. Enquanto eu cobiço não cobiçar, além de cagar para quase tudo que os
homens desejam. De resto, a famigerada frustração de não obter o que se cobiça,
e, é claro, a merda das cobiças se digladiando pelos mesmos objetos e coisas, que pode até serem pessoas.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Um suposto amor à humanidade
Quem ama a humanidade, se é capaz de amar, o que
não acredito, ama uma abstração, um inexistente. Amará o assassino, o ladrão, o
bandido, o charlatão, o egoísta, o vaidoso, o vagabundo, o traidor, o corrupto,
o estuprador, o racista, o ruim, o mau? Na realidade, acredito que a pessoa não
conhece a humanidade, muito menos o amor. O fato é que quanto mais se conhece a
humanidade, mais se deseja ficar só ou com alguns poucos. E o outro fato é que
a humanidade se mata e cada um só gosta, quando gosta, dos seus próximos, e com
os demais tolera porque não pode eliminar ou é muito caro fazê-lo. Quanto ao amor,
continua um ilustre desconhecido que poetas tolos elogiam e músicos insensatos cantam.
Sou daqueles poucos que teme o homem e seus sentimentos, que promove não uma
comunidade humana, mas uma engrenagem que coloca as pessoas em funções
econômicas. E a economia, todos sabem, não vale nada.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Sobre possuir uma funerária
Se há um negócio certo é a morte, que a todos
atinge num determinado tempo ou numa determinada ocasião, pois que aguarda a
cada um em qualquer idade, de qualquer sexo, de qualquer credo, opção sexual,
política ou cor, de qualquer status social. Naturalmente, que todos, dentro das
parcas e das poucas possibilidades de cada um, onde alguns podem estender com
dinheiro a vida sofrida, tentam adiar o inevitável inadiável, querendo viver
sempre mais e mais intensamente, entretanto, é certo que todos acabam por
sucumbir à morte. Eis porque dificilmente donos de funerárias sofrem com a
crise ou vão à falência. Na verdade, a crise precipita alguns à morte, através
de suicídios estoicos ou assassinatos por dívidas, o que acarreta mais lucro
ainda, visto que a família sofrida não deixará de arcar com a custa do enterro
do parente desesperado. Assim, se algum dia perder a sanidade e resolver querer
ganhar dinheiro sem risco, não abrirei um restaurante, uma confecção, uma
empresa de entretenimento, uma perfumaria ou oficina, nem mesmo um banco, pois tudo
isso se dispensa em tempos de crise. Já a morte não pode aguardar a fedentina
do corpo inerte e precisa ter destino apropriado. De fato, não conheço dono de
funerária pobre, se bem que conheço poucos desses seres tão importantes quanto
os urubus, com a diferença que os urubus prestam o mesmo serviço gratuitamente.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Aos internautas
Foi viajando por aí que aqui chegou? Ou veio
especialmente aqui? Se chegou desavisadamente nessa bosta, estranhará a
fedentina. Se já conhece não estranhará o cheiro. A ambos digo que pouco ou
quase nada tenho para dizer para alegrar ou dar esperanças. Ofereço apenas
excrementos da existência, restos de uma vida mal digerida, que carrego como
obrigação de resistência, para ver até onde suporto ver tanta merda. Sem esperanças de melhora... E o que
mais fede, que dá asco e nojo verdadeiros, é a gastança com a felicidade,
sempre artificial, calibrada por bebidas ou outros tipos de droga. Felicidade que
precisa de perfume caro, roupa de grife e artefatos variados para aparecer diante
de todos e esconder os defeitos ou as imperfeições dos demais; precisa de casa,
carro e viagens. A única coisa boa nisso tudo (supondo que não falte saúde) é
que o crédito míngua, diminuindo a sede consumista do mundo, diminuindo o
número de embalagens do que se compra, e, consequentemente, diminuindo a
poluição do mundo entupido de embrulhos defeitos. Só me resta avisá-los que há
coisas bem piores que a morte, que não poucas vezes é uma benção ou um alívio.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
O bosta do homem
Decididamente o homem é um assunto vão, variado
e inconstante, em poucas palavras, um bosta. Sobre ele é difícil estabelecer um
juízo firme e uniforme, pois os rótulos lhe escapam por atitudes inusitadas de
qualquer um: aquele que aqui caga, mais à frente consegue adubar a existência;
aquele que adubava a existência acaba cagando no aqui e agora. Para entender
sua multiplicidade e pluralidade é preciso penetrar nas mais abstrusas partes
de sua natureza, caminhando por seus vícios (mais abundantes) e por suas
virtudes (sempre escassas). Eis porque me interesso pela pessoa comum, nem
pelas muito boas, nem pelas muito más, nem pelos sábios, nem pelos totalmente
ignorantes (pois ignorantes todos são), aqueles dedicados às ações privadas e
singulares, ao invés de me deter nos grandes fatos ou nos supostos grandes
homens, porque é vendo a pessoa comum que é revelado o caráter dos homens, além
de propiciar algum julgamento moral, o que os grandes parecem impedir. Somos muito
similares em nossos inúmeros defeitos, pequenos feitos, poucos ditos e grandes
vaidades. Todavia, é preciso lentes especiais para avistar a verdade, na medida
em que aqueles que possuem matéria minguada costumam inflar-se com palavras
benevolentes, o que ocorre com quase todos os homens. Para se perceber o quanto
as pessoas mentem sobre si mesmas, basta observar a si, o quanto mente, e
perceberá o quão inflacionado está sua miúda figura. Quanto a mim, que carrego
a existência como uma obrigação moral, mais do que pelo prazer de viver, avisto
ainda espantado, após tanto anos de ocorrências, o bosta do homem jogar merda
no próximo, sem perceber as cagadas que comete ou o cagão que é. O fato é que a
covardia guia mais os passos humanos que a coragem, o medo domina bem mais a
mente que a clareza das ideias, e a vaidade impera desde o amamentamento dos
pequeninos. Sou um dos poucos que sabe o bosta que é.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Uma posição acadêmica
É absorvendo a diversidade cultural que as
culturas se mesclam, misturam-se, fazem sincretismos, de tal modo que não
existe mais uma área do saber que dê conta do que se faz e se renova em todo
momento e em todo lugar. A disciplinaridade faliu, visto que não há mais uma
ciência específica capaz de abarcar os fenômenos atuais, multifacetados e plurais.
Daí propõem a pluridisciplinaridade, ou a interdisciplinaridade, ou ainda a
transdisciplinaridade, entretanto, todos ainda se mantêm presos as disciplinas,
trancafiadas em supostos lugares delimitado e delimitante, ou no fundo do armário. Para romper a
disciplinaridade, para pessoas coerentes, somente a indisciplinaridade. E que
viva a indisciplina! O fim das regras e das metodologias nos dará uma visão
mais ampla para entender toda indisciplina humana.
Nadando contra a maré, de novo
Enquanto as lideranças mundiais gritam pelo
crescimento, torço pela estagnação. O que cresce é a dívida. Paguemos antes o
impagável que se deve (como? Com algum tipo de perdão....) e depois nos
contentemos com as coisas modestas e os pequenos avanços possíveis, sem nos
endividar para chegar rápido sempre num mesmo resultado: o acúmulo de dívida. O
fato é que mesmo os Estados são cada vez mais, menos confiáveis como pagadores.
Estamos sob o estado de natureza, porém em condições piores que nossos
antepassados, que alimentavam a esperança de um Estado pacificador e garantidor
com seus esforços, pois hoje o Estado é parte responsável pelo caos mundial. E ainda
que não seja trágico, acabará melodramático, com as pessoas chorando os bens
derretidos na desvalorização do trabalho humano. Para mim, as únicas pessoas
dignas, atualmente, são aquelas que não têm dívidas, nem alimentam o
endividamento dos demais. No mais, apenas o ordinário das pessoas carregando
seus carnês pelo resto da existência, além de algum coco aqui e acolá. Mas, a
grande cagada, sem dúvida, é a dívida. De resto, apenas homens fracos, seduzido
por algum objeto de consumo, apressado em ter algo que muitas vezes nem é
necessário, nem urgente.
Assinar:
Postagens (Atom)