Aqui se evacuam idéias e comentários sobre a porcaria humana
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Palpitando
Nascemos com igualdade de condições diante da realidade, mas cada um acaba fazendo do seu jeito. Por isso que conselhos são inúteis e receitas impossíveis. Logo, não toco a vida: acompanho a sua toada e busco meu próprio lugar em algo que já existia antes de nascer e continuará depois de morrer. E há lugar para todos, desde, é claro, que não sejam preguiçosos ou covardes; esses seguem a manada dos reclamantes e não dão os palpites necessários para mudar os problemas.
Uma fedentina no ar
Das notícias que leio ou assisto, considero mais preocupante aquelas referentes à economia, cada vez mais governos não terem recursos para honrar suas dívidas. Há décadas nada se paga, apenas joga-se mais títulos na praça, substituindo antigos títulos e lançando novos. São os trilhões jogados no mercado pelos Estados em 2008/2009 para sair da recessão, que começam a ser cobrados: há dinheiro para pagar todo mundo? Isso com certeza dará em merda.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Ensinando e Aprendendo
Comigo se aprende muitas coisas, mas a maior parte delas pouco vale, o restante menos ainda. Entretanto, uma coisa é certa, se aprender alguma coisa comigo, dificilmente servirá para te engrandecer, apenas para te apequenar, para perceber a insignificância de tudo, além de nós mesmos, visto que uma de minhas máximas predileta é, que a arrogância individual é que cria o conflito social. Se todos soubessem seu devido valor, não quereriam tanto da vida ou do mundo, nem reconhecimentos, que, ao fim, poucos merecem de fato.
Apontamentos soltos
No mundo há muitas questões e muitos problemas. Todavia, a solução está ao alcance de todos, pois está em nós mesmos. Nada há para além de nós, até o inconsciente nos pertence, e nossa mente e nossas mãos, sós ou em conjunto, são capazes de muitas coisas, fundamentalmente, do imprevisível ou do inusitado. Deixemos a vida pulsar e irradiemos nosso toque pessoal. Ora, nada está parado e todos são dotados do poder instituinte. Outra coisa é se será utilizado, e se utilizado, se fará de forma apropriada. No entanto, tudo começa soando utópico até que se torna uma realidade. Mas, são precisos alguns arautos da nova idéia para que ela cresça sobre a mentalidade dos homens, até que se torne um lugar comum. Logo, digo, preparem-se para o ócio, pois os negócios esgotaram-se. Pouco fazer é pouca merda causar!
Notas sobre a morte
Alegre-se!
Faça um brinde à morte, essa ilustre rejeitada que a todos abraça em algum momento.
Nem tudo está perdido por mais perdido que esteja: sempre pode haver alegria na morte, ainda que alguns possam ficar tristes. A morte não é a pior coisa que pode acontecer, mas sim o sofrimento, que muitas vezes só pode findar com a morte.
Brindemos! Afinal, o problema não é morrer, mas sim o caminho até a morte, via de regra, com algum sofrimento....... A vida nos brinda todo dia, todo instante. A morte uma única vez; por que damos tanta importância, para algo que não tem a menor importância, principalmente depois de morto? Particularmente, não tenho preocupação com a morte, apenas com a forma como chegarei lá, tanto que faço um brinde para a mesma, um sinal de educação para essa amiga que nos acompanha desde o nascimento. Dizem os medievais que ela está sempre do nosso lado esquerdo, tanto que, se virar bem rapidamente, ainda dá para avistar seu manto escuro indo mais à esquerda. Mas, isso até ela não mais sair da nossa frente. Naturalmente, tudo bobagem. Acho que quando ela vem, nós não veremos mais nada.
E seja lá o que diga, jamais resolverei o caso particular das pessoas com a morte; tenho o meu próprio para cuidar. Apenas, para mim, a morte é um assunto sempre vivo. E sei que não se evita o inevitável: adia-se o encontro dentro das nossas parcas possibilidades.
E brindar a morte é brindar a vida também, já que dela faz parte.
Saudações fúnebres! Não temam o nosso encontro final, experiência única e última, da qual não consta reclamações de ninguém que a experimentou. O mesmo não podemos dizer da vida...... Quantas reclamações e lamúrias se ouve!
terça-feira, 5 de abril de 2011
Pensando no futuro
Como último desejo quero que me enterrem em qualquer canto e plantem uma amoreira encima. Não coloquem placa, aviso, nada, e que a natureza e a ação dos homens sigam seus ritimos. O que menos quero é o aprisionamento de um túmulo com uma placa com o meu nome. Faço parte do caldo natural da vida e dele não quero me afastar, quero ser sorvido pela matéria de que me sorvi. E quero o esquecimento.
Mas, como sei que nem morto se atinge a plena liberdade, visto que os homens legislam até sobre os próprios restos, e como estava pensando sobre o futuro, cheguei à conclusão do que escrever na minha lápide: "Aqui jazo a sua espera". Creio que faz jus ao meu realismo.......
Visão do Cotidiano
Da janela da condução vejo a confusão; é uma batida de carro que acaba em discussão e morte. Da janela de casa vejo alguém quebrando a janela de um carro e levando o aparelho de som. E tenho que me contentar de não ser eu a vítima de tudo que assisto. Por que será que não me sinto feliz com a vida, nem me sinto privilegiado?
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Dos encantos do mundo
Por mais encantos que o mundo tenha, e tem, o que é mais saliente são as cagadas humanas, a fedentina que sobressai do caminhar da humanidade, além dos seus cadáveres, que sempre lhe acompanha no seu caminhar histórico, pois que é descartável (mais que as coisas), ou, o que é mais atual, deletável. E não falo apenas do sangue, do sacrifício, da fome, dos desperdícios, da vaidade, da mentira, da ingratidão, da vingança e demais bostas do gênero, falo do coco nosso de cada dia. É de se notar que ainda que seja pouco notado e até estigmatizado, há cagada humana de pólo a pólo, do alto da mais alta montanha até o deserto mais árido, na selva mais fechada, nas savanas mais abertas, nos pântanos, nos montes, nos vales e nas praias; no campo e na cidade nem é preciso mencionar, bosta para todo lado. Pode-se pisar, sem querer, é claro, em merda humana em qualquer lugar do planeta, que carrega não apenas fezes humanas, mas de todas as espécies. A diferença é que os demais animais nem cagam tanto, nem cagam tão fedido, nem podem ter consciência que cagam, e nós continuamos a cagar de forma inconseqüente, porque não temos o mérito de pensar, ainda que se tenha a potência para tanto.
Da série pensamentos evacuados
Por mais refinada ou gostosa que esteja a comida, sempre acabará em bosta. E o preocupante não é isso, é se não acabar nisso. Por vezes, só com a radicalidade de um supositório se liberta a aprisionada......
Porque um Blog
Mandei o link desse blog para vários amigos e amigas, e muitos indagaram por que criava esse espaço, ou por que não publicava um livro. Bom, a escolha foi simples, blogs são gratuitos e livres, e podem ser refeitos e armazenam indefinidamente as palavras escritas; livros, por exemplo, petrificam os textos enquanto duram nas estantes (e que editor publicaria minhas merdas?). Blog é um local que se pode acrescentar diariamente novas frases ao mundo. E, mais importante, permite uma interatividade com o leitor. O fato é que torna os textos acessíveis a todos. Outra coisa é se muitos acessarão essa página. E devo confessar que a propaganda não é o meu forte, mesmo porque não tenho a pretensão de um negócio, mas tão somente de um sublime ócio. Para divulgação conto com aqueles que gostem indiquem aos amigos, e os que não gostem indiquem aos inimigos.
Perguntaram também quem seria meu leitor. Não escrevo para ninguém em particular e, no que depender de mim, falo para todos, mesmo sabendo que nem todos quererão ouvir-me, assim como não quero ouvir um monte de coisas que são ditas por aí. Mas, escrevo para discutir, porque se achasse que detinha a verdade e o certo, não perderia tanto tempo discutindo sobre ambos em tantas ocasiões. E escrevo porque sou livre e quero manifestar minhas idéias!
Quem me ouve ou lê? Não sei. Mas, sei que escrevo para a humanidade e para a pessoa comum, ou seja, que pensa e sente, que peida e arrota. Por que escrevo? Porque tem coisas que só podem ser ditas para o público que pode ouvir quando tem o seu tempo livre (matando o trabalho, por exemplo) e pode então pensar e instigar seu ser com as coisas do mundo para além das aparências imediatas.
E indagaram ainda se não tinha receio de ter “minhas” idéias roubadas, pois o que mais se vê são pessoas dando ctrl C/ ctrl V pela internet. Quase ri, para não chorar. Quem seria tolo para tanto? O aprisionado no imediato não percebe que tudo acaba pertencendo a todos. Não há criação individual que não finde por pertencer também à humanidade, dissolvida na sabedoria comum. E por mais que o indivíduo brade seu direito de posse ou soberania, na medida em que se torna público o invento ou criação, escapa-lhe até mesmo a significação de sua própria realização. Não almejo ser dono de nada e tudo que tenho são palavras para serem comungadas com pessoas que se disponham a ouvir e falar.
Ora, a grande virtude da internet é ser um evacuante universo de discussão sobre qualquer merda. Posso afirmar que tem sido um espaço para qualquer porcaria humana, que são inúmeras. Aqui posso exercer meu lado libertário e desacorrentar as pessoas dos preconceitos que circundam a pobre merda, que é tão somente um resultado. Sinto-me realizado por, pelo menos, tentar contribuir com o fim do estigma que acompanha o nosso cagar de cada dia, ainda que num espaço público restrito. De fato, pelo menos nisso, somos todos iguais, sempre realizamos alguma bosta. Não há quem possa afirmar, honestamente, que nunca cometeu uma ou mesmo inúmeras cagadas no arrastar cotidiano da sua existência.
Naturalmente, toda merda aqui exposta de forma escancarada, não poderia existir sem as cagadas de todos que evacuam eventualmente, quando não sempre, pelo mundo virtual e principalmente pelo real. O fato é que sem a bosta de todos não poderia ser o bosta que sou. Agradeço do fundo dos intestinos toda bosta depositada nas manchetes diárias, pois que adubam saudáveis discussões que, se não levam a merda nenhuma, ao menos frutifica em alguma diversão e, por vezes, emoções, que é mais uma bosta que incorremos.......
Saudações evacuantes de um blogueiro libertário!
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